Governo Quer Parcerias Para Acelerar Crescimento Tecnológico • Diário Económico
O Governo reafirmou o seu compromisso com a transformação digital e destacou a importância das parcerias público-privadas para impulsionar o crescimento tecnológico no País. A posição foi expressa por Lourino Chemane, que representou o ministro das Comunicações e Transformação Digital, Américo Muchanga, durante a cerimónia de encerramento da sexta edição da Mozambique Fintech Week’25, um evento que decorreu ao longo de quatro dias em Maputo e que contou com a participação de diversas empresas e instituições do sector financeiro e tecnológico.
Na ocasião, Lourino Chemane salientou que o Governo tem implementado diversas políticas e estratégias para fomentar a digitalização e a inovação no País.a d v e r t i s e m e n t
“Reconhecemos o papel crucial das tecnologias de informação e comunicação para o desenvolvimento económico e social de Moçambique”, afirmou, referindo-se a instrumentos como a política de informática, a estratégia de Governo Electrónico e a Lei das Transacções Electrónicas.
O representante do Ministério das Comunicações e Transformação Digital sublinhou que a digitalização é fundamental para diversificar a economia, promover a inclusão financeira e criar oportunidades de emprego. No entanto, apontou que a conectividade digital no País ainda está abaixo da média da região, sendo necessário um esforço conjunto para superar os desafios existentes. “Precisamos de desenvolver infra-estruturas, reforçar a capacidade de armazenar e analisar dados e garantir a segurança cibernética”, explicou.
Chemane enfatizou ainda a necessidade de um ambiente regulatório equilibrado, que permita a inovação sem comprometer a segurança dos utilizadores. “O crescimento das fintechs é essencial para impulsionar a economia digital, mas deve ser acompanhado por um quadro legal que proteja os consumidores e garanta a estabilidade do sistema financeiro”, declarou.
O Governo destacou também a importância da inclusão digital, defendendo a expansão do acesso à Internet, principalmente em zonas rurais. “O programa ‘Internet para Todos’, lançado no final do ano passado, é uma das iniciativas que visam reduzir a exclusão digital e permitir que mais moçambicanos beneficiem dos serviços financeiros e administrativos digitais”, apontou Chemane.
“Precisamos de desenvolver infra-estruturas, reforçar a capacidade de armazenar e analisar dados” – Governo
No sector financeiro, o papel das fintechs foi destacado como uma peça-chave para a modernização do sistema económico. Segundo Chemane, o Governo reconhece a inovação promovida por estas empresas, particularmente no que diz respeito à interoperabilidade entre plataformas digitais e à facilitação do acesso a serviços financeiros através de carteiras móveis e pagamentos electrónicos. “A digitalização do sector financeiro é uma prioridade e pode ampliar significativamente a inclusão financeira no País”, afirmou.
A segurança digital foi outro ponto abordado, com Chemane a mencionar a necessidade de regulamentações mais robustas para garantir a protecção de dados e combater crimes cibernéticos. “Estamos a trabalhar na proposta da Lei de Protecção de Dados, na Lei de Combate a Crimes Cibernéticos e na regulamentação da computação em nuvem, para garantir um ambiente digital seguro e confiável”, disse.
Encerrando a sua intervenção, Lourino Chemane reforçou a abertura do Governo para colaborar com o sector privado e as startups tecnológicas no desenvolvimento do ecossistema digital do País. “As parcerias são fundamentais para o sucesso da transformação digital em Moçambique. Convidamos todos os intervenientes a contribuir activamente para a construção de um ambiente favorável à inovação e ao crescimento das fintechs”, concluiu.
A Mozambique Fintech Week’25 decorreu entre os dias 17, 18 e 19 de forma online e no dia 20 de Março de modo presencial, na cerimónia de encerramento que decorreu sob o lema “Regulação e Governação para um Ecossistema Financeiro Inovador”, promovendo debates sobre desafios e oportunidades da transformação digital, com enfoque na inclusão financeira, regulação tecnológica e cibersegurança. O evento contou com a presença de organizações como o Banco de Moçambique, a Autoridade Reguladora INCM, fintechs como PawaPay, M-Pesa e Mozabanco, além de empresas de consultoria e inovação, como a Deloitte e a Renew Capital. Durante os debates, foram abordadas tendências do sector, incluindo blockchain, moedas digitais, inteligência artificial e machine learning, bem como desafios na área dos seguros digitais e insurtechs.
Texto: Felisberto Ruco
