
Petróleo Resiste à Euforia da Pausa Nas Tarifas e Mantém Perdas • Diário Económico
Depois de uma breve subida, provocada pelo anúncio de Donald Trump de que ia efetcuar uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas aos países que não retaliaram – deixando de fora a China -, o petróleo retomou as perdas e segue, nesta altura, a negociar no vermelho.
O Brent – referência para as importações europeias – caiu abaixo dos 65 dólares por barril, após ter registado o maior ganho diário desde Outubro. Pelas 9h45 caía 0,67% para 65,04 dólares.
Já o West Texas Intermediate (WTI) – usado no mercado norte-americano – manteve-se próximo dos 62 dólares. Esta manhã desvalorizava também 0,56% para 62 dólares.
“Dada a improvável desaceleração da guerra comercial EUA-China no curto prazo, é pouco provável que esta recuperação se transforme numa reversão de tendência”, afirmou Zhou Mi, analista do Chaos Research Institute, em Xangai, citado pela Bloomberg.
O petróleo tinha já atingido o valor mais baixo em quatro anos no início da semana, quando a ofensiva tarifária dos EUA levantou alertas sobre uma possível recessão global que poderá reduzir a procura por energia. Ao mesmo tempo, os países produtores de crude e aliados (OPEP+) comprometeram-se a acelerar o alívio das restrições à produção, alimentando receios de um excesso de oferta a nível mundial.
A China, maior importador mundial de petróleo, poderá ver a sua procura por combustíveis e petroquímicos penalizada pelas novas tarifas norte-americanas. Mesmo antes do regresso de Trump à Casa Branca, o consumo de gasolina e gasóleo na China já estava em queda, em parte devido à prolongada crise no sector imobiliário e também à crescente adopção de veículos eléctricos e energias renováveis.
a d v e r t i s e m e n tPara além disso, dados divulgados esta quinta-feira (10) mostram que, no país, a deflação do consumidor se prolongou pelo segundo mês consecutivo em Março, enquanto a deflação nos preços de fábrica dura há já 30 meses.