
Banco Mundial Apoia Com 2,5 Mil Milhões de Dólares Programa de Inclusão Digital • Diário Económico
a d v e r t i s e m e n tUm novo capítulo da transformação digital em África começou esta semana com o anúncio de uma iniciativa de grande alcance, lançada pelo Banco Mundial em colaboração com o COMESA — o Mercado Comum para a África Oriental e Austral. Com um apoio financeiro estimado em 2,5 mil milhões de dólares (157,5 mil milhões de meticais), o programa pretende ampliar o acesso à Internet e aos serviços digitais a uma vasta população da região.
Apresentado na Zâmbia, o projecto propõe-se levar conectividade a 180 milhões de pessoas e oferecer serviços digitais a 100 milhões em toda a África Oriental e Austral, num horizonte de oito anos. Mas mais do que expandir redes e infra-estruturas, esta iniciativa quer transformar a inclusão digital numa ferramenta de desenvolvimento económico e justiça social.
Estruturado em várias fases, o programa combina recursos financeiros e cooperação entre os países-membros do COMESA e parceiros institucionais, visando construir ecossistemas digitais coesos e acessíveis, onde a inovação tecnológica possa beneficiar todos, e não apenas os que já estão ligados.
Um dos pilares fundamentais da iniciativa é o enfoque nos grupos habitualmente marginalizados das revoluções tecnológicas. Mulheres, refugiados, comunidades vulneráveis, pequenas e médias empresas e instituições públicas locais estão no centro da estratégia, com medidas pensadas para garantir que a inclusão digital seja ampla, equitativa e sustentável.
Isabel Neto, responsável do Banco Mundial para o desenvolvimento digital na região, sublinhou que “construir um ecossistema digital coeso e inclusivo é fundamental para impulsionar o crescimento económico, a resiliência e a prosperidade partilhada em toda a região.”
Na prática, espera-se que o projecto estimule o empreendedorismo digital, amplie o acesso a serviços públicos essenciais como saúde e educação, gere empregos em sectores digitais emergentes e reforce a capacidade de resposta das comunidades a crises económicas e ambientais.
Para além disso, a iniciativa alinha-se com a visão continental de integração, nomeadamente com os objectivos da Área de Livre Comércio Continental Africana (AFCFTA), reforçando os laços entre mercados digitais regionais e promovendo o comércio transfronteiriço.
Com a economia digital africana projectada para gerar mais de 712 mil milhões de dólares (44,8 biliões de meticais) até 2050, este tipo de acções posiciona o continente numa trajectória mais conectada, competitiva e inclusiva.
Num contexto em que milhões de africanos continuam sem acesso fiável à Internet ou a serviços digitais básicos, o apoio do Banco Mundial, materializado nestes 2,5 mil milhões de dólares, representa um marco importante para o futuro da conectividade no continente. Mais do que uma medida tecnológica, é um passo firme para que nenhuma comunidade fique para trás na construção de um futuro digital partilhado.
Fonte: Further Africa