O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) alertou que o pretérito mês de Maio registou o aumento mais acentuado de violência armada na região Setentrião, principalmente na província de Cabo Magro, situação que não se verificava desde Junho de 2022, tendo aparente mais de 134 milénio pessoas em 61 incidentes de segurança.
De consonância com um relatório, a entidade esclareceu que os incidentes notificados envolveram 38 ataques a civis. “As vítimas confirmadas incluem dez assassinatos, algumas decapitações e, pelo menos, 45 raptos, sobretudo de crianças.”
Segundo a OCHA, o aumento mais acentuado de violência em Maio centrou-se, principalmente, nos distritos de Mocímboa da Praia, Muidumbe, Macomia, Ancuabe, Montepuez e Palma, tendo-se alastrado a Mecula, na província do Niassa, onde tapume de duas milénio pessoas fugiram das suas aldeias. “O acréscimo da utilização de engenhos explosivos repentista colocou ainda mais em transe os civis, tendo sido registados três incidentes no mês em estudo.”
De consonância com o organização internacional, a instabilidade “perturbou os serviços essenciais, obrigando a que as equipas móveis de saúde suspendessem as operações e as escolas fechassem nos distritos de Ancuabe, Montepuez e Nangade.”
Enquanto os ataques dos grupos armados aumentam em Cabo Magro, a escritório da ONU alerta também para o facto de as tensões entre os deslocados internos e as comunidades de protecção se terem agravado. “Em Muidumbe, os líderes locais, seguindo ordens das autoridades locais, negaram o registo a 1242 deslocados internos recém-chegados — incluindo 472 crianças —, enquanto a milícia Força Lugar recebeu instruções para repelir as populações deslocadas à força. A frustração da comunidade agravou os desafios operacionais.”
O documento descreve também que o aumento das tensões sociais, decorrentes da insatisfação pública com a distribuição de ajuda, levaram ao saque de mantimentos e de camiões humanitários em Chiúre e Mocímboa da Praia. “A 29 de Maio, uma instituição internacional suspendeu a distribuição de vitualhas em Macomia, deslocando dois funcionários para Pemba devido ao aumento das ameaças.”
Desde Outubro de 2017, Cabo Magro, província rica em gás procedente, enfrenta uma rebelião armada que já provocou milhares de mortos e gerou uma crise humanitária, resultando em mais de um milhão de deslocados internos.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques perpetrados por grupos extremistas islâmicos na província, representando um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Meio de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Resguardo do Governo norte-americano especializada na estudo de conflitos em África.
Em Abril deste ano, os ataques alastraram também à vizinha província do Niassa. Um dos episódios mais graves ocorreu na Suplente do Niassa e no Meio Ambiental de Mariri, no região de Mecula, onde grupos armados não estatais atacaram instalações, roubaram bens, destruíram acampamentos e uma aeroplano do parque. Estes actos resultaram na morte de, pelo menos, duas pessoas e levaram à movimento de mais de dois milénio indivíduos, 55% dos quais crianças.a d v e r t i s e m e n t

