Os diversos atores do mundo financeiro antecipam que o banco médio mais poderoso do mundo deverá optar pelo ‘status quo’ pela quarta vez consecutiva e, depois dois dias de reunião, as taxas de renda irão permanecer na fita entre 4,25% e 4,50%, o mesmo nível desde dezembro.
Esta decisão deverá reacender a impaciência do dirigente do executivo americano, Donald Trump, que ainda na quinta-feira passada ridicularizou o presidente da Fed, Jerome Powell, chegando a chamá-lo de “idiota”.
Neste contexto de pressões constantes, “o facto de a Fed não fazer zero já significará um pouco” para os mercados, segundo observa o técnico da High Frequency Economics, Carl Weinberg, numa nota citada pela escritório noticiosa AFP.
Os responsáveis do banco médio norte-americano mostraram até agora que estavam concentrados principalmente no risco de aumento dos preços devido aos novos direitos aduaneiros que os EUA estão a impor ao resto do mundo e em manter a credibilidade na luta contra a inflação.
Já para o técnico em economia americana da Oxford Economics Ryan Sweet, a Suplente Federalista “quer ter a certeza de que interpreta muito a sua globo de cristal antes de subtrair as taxas de renda”.
Os últimos dados da inflação nos EUA apontam para uma moderação na evolução dos preços – com um índice de referência PCE de +2,1% num ano, quase a meta da Fed — o que, segundo Ryan Sweet, pode cevar uma “falsa esperança”.
Por sua vez, a economista da KPMG Diane Swonk afirma que, “enquanto não tiverem a certeza de que a inflação não vai voltar a subir, [os responsáveis da Fed] não podem fazer zero”.
Por outro lado, considera, “num mundo sem direitos aduaneiros, a Fed teria, sem incerteza, reduzido as taxas”.
Michael Krautzberger, diretor de Investimento (CIO) Global de Mercados Públicos da Allianz Global Investors (AllianzGI), corrobora que a Fed “deverá manter-se em modo de espera a pequeno prazo, enquanto avalia o impacto das tarifas na atividade económica”.
“Os mercados acionistas e de crédito responderam recuperando totalmente das suas quedas iniciais pós-‘dia da libertação’ e as condições financeiras recuperaram, refletindo a perceção dos mercados de que a política tarifária será suficientemente diluída para não prejudicar significativamente os fundamentais das empresas”, nota.
“Todavia — acrescenta — existe o risco de os mercados se tornarem um pouco complacentes, dados os riscos de propagação ainda evidentes para as perspetivas económicas dos EUA (e do mundo)”.
Os investidores vão estar atentos principalmente à atualização das previsões da Fed para a economia americana, numa fundura de elevada incerteza.
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