advertisemen tO Governo estima que os episódios de violência que se seguiram às eleições gerais de 2024 resultaram na destruição de 955 estabelecimentos e no desemprego de cerca de 50 mil pessoas, criando um risco sério de recessão económica, informou a Lusa. Segundo o Plano de Recuperação e Crescimento Económico (Prece), aprovado em Conselho de Ministros a 16 de Setembro, “a recessão técnica registada no último trimestre de 2024 e nos dois primeiros trimestres de 2025 é em grande parte justificada pelas manifestações pós-eleitorais”, que causaram “paralisação parcial da economia e despedimentos massivos.” O documento sublinha que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) mostrou uma queda acentuada, ao passar de um crescimento de 5,58% no terceiro trimestre de 2024 para -5,68% no último trimestre desse ano, já sob os efeitos da crise política e social. Nos dois primeiros trimestres de 2025, registou-se uma recuperação gradual, com taxas de -3,92% e -0,94%, respectivamente.advertisement Apesar desta melhoria, o Executivo alerta que “se mantém um cenário de recessão técnica que necessita de uma abordagem estratégica para se evitar a materialização da recessão económica.” O levantamento aponta ainda que a destruição de mais de 955 estabelecimentos económicos e sociais agravou o desemprego, atingindo cerca de 50 mil pessoas, exigindo medidas urgentes de mitigação. Para responder a este quadro, o Governo prevê mobilizar aproximadamente 174,4 mil milhões de meticais (2,7 mil milhões de dólares) a curto e médio prazo, destinados a estimular a economia e a enfrentar os impactos das alterações climáticas e da instabilidade política. Moçambique viveu quase cinco meses de agitação social, com manifestações, greves e barricadas em várias cidades, sobretudo em Maputo, em contestação aos resultados eleitorais de 2024. As manifestações foram convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que continua a não reconhecer a vitória eleitoral. Os protestos degeneraram em confrontos com a polícia, resultando em cerca de 400 mortos, de acordo com dados da plataforma de monitoria Decide. As consequências económicas foram igualmente severas: a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) estimou, em Fevereiro, perdas de 32,2 mil milhões de meticais (480 milhões de dólares), incluindo destruição e saque de infra-estruturas públicas e privadas. A 23 de Março deste ano, o Presidente da República, Daniel Chapo, reuniu-se pela primeira vez com Venâncio Mondlane, encontro no qual ambos assumiram o compromisso de pôr fim à violência.advertisement