76 CHAMA-SE Victória Bento Tsurre e construiu a sua história de vida e de negócio sobre a importação de produtos da Tanzânia. Mais tarde, com o acesso facilitado à Internet, estendeu as suas compras até a China. Numa pequena loja situada no mercado do Xipamanine, em Maputo, dedica-se à venda de cosméticos, actividade que lhe trouxe uma convicção: é possível apostar numa linha 100 por cento nacional e reduzir, gradualmente, a dependência das importações. “É um percurso que pretendo concretizar nos próximos tempos. Procuramos incentivos para erguer um negócio de produção local. Temos matéria-prima suficiente, o que seria mais vantajoso e sustentável”, afirma. A sua caminhada empresarial começou em 2007, quando percorria estradas até à Tanzânia para adquirir peças artesanais diversas que depois revendia nas ruas de Maputo. “Na altura, era muito mais fácil negociar com pequenos artesãos e viver disso. Mas com o início das hostilidades no norte do país, o negócio tornou-se inviável. Foi necessário reinventar-me e passei a apostar na importação”, recorda. Essa reinvenção traduziu-se na viragem para os cosméticos, primeiro da África do Sul e, mais tarde, também da China, aproveitando as oportunidades que o comércio digital veio abrir. Hoje, a sua loja em Xipamanine recebe clientes, que a procuram não só pela diversidade da oferta, mas também pela aposta numa linha diferenciada de produtos nacionais. Para Victória, a importação funciona como uma estratégia de transição, uma forma de medir a procura e consolidar a sua presença no mercado. O seu verdadeiro objectivo é trabalhar com marcas moçambicanas. “Acredito que é possível apoiar os nossos empreendedores nacionais. O país dispõe de plantas, óleos e saberes tradicionais que podem ser transformados em produtos de qualidade. Precisamos apenas de acreditar e investir”, sublinha. Leia mais… Você pode gostar também

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