Cientistas Criam Vidro Inovador Sem Químicos Agressivos Usando Apenas Som e Sal • Diário Económico

Uma equipa de investigação da Curtin University, na Austrália, alterou a superfície do vidro utilizando ondas ultrassónicas e um banho de sal. Este novo método pode permitir a produção deste material sem recorrer a químicos agressivos, sendo útil para pára-brisas autolimpantes, superfícies antibacterianas ou até mesmo para melhorar a qualidade da cerveja.

Na produção de vidro especializado, como o vidro hidrofóbico (resistente à água), os engenheiros normalmente seguem dois métodos: um envolve reacções de silanização, onde compostos moleculares se ligam à superfície do vidro; o outro consiste na aplicação de revestimentos poliméricos. Ambos dependem de químicos tóxicos e, no caso dos revestimentos, as propriedades podem deteriorar-se com o tempo.

Com a nova técnica baseada em som, o vidro sofre uma alteração estrutural permanente sem a adição de químicos. O resultado é um vidro que pode repelir completamente a água ou adquirir uma carga eléctrica positiva.a d v e r t i s e m e n t

Para criar este material, cientistas mergulharam vidro comum num banho não tóxico de compostos orgânicos conhecidos como sais de diazónio. Depois, aplicaram ondas ultra-sónicas a 24 kHz, gerando pequenas explosões de calor e pressão que alteraram permanentemente a superfície do vidro.

“As ondas sonoras criam bolhas microscópicas na solução de sal de diazónio, que colapsam rapidamente, gerando pequenas explosões de calor e pressão. Isto desencadeia uma reacção que forma uma camada orgânica estável na superfície do vidro, tornando-o permanentemente hidrofóbico ou electricamente carregado, dependendo do tipo de sal de diazónio usado. Ao contrário dos revestimentos convencionais que se desgastam, o nosso método cria uma ligação química a nível molecular, tornando o vidro mais durável e ecológico”, explicou Nadim Darwish, investigador principal da Curtin University.

Este novo método pode permitir a produção deste material sem recorrer a químicos agressivos, sendo útil para pára-brisas autolimpantes, superfícies antibacterianas ou até mesmo para melhorar a qualidade da cerveja

O vidro hidrofóbico criado por este método pode ser usado em arranha-céus autolimpantes ou pára-brisas mais eficientes. Além disso, pode ter um papel importante na luta contra microrganismos, na produção de biocombustíveis e na filtragem de água.

Algumas bactérias e fungos são atraídos por superfícies hidrofóbicas, e os investigadores descobriram que o vidro tratado com esta técnica consegue capturar eficazmente a bactéria E. coli, podendo ser usado em filtros para purificação de água.

Além disso, o vidro mostrou-se eficaz na adesão de uma espécie de levedura chamada Saccharomyces cerevisiae (usada na panificação e produção de cerveja). Isto pode permitir um controlo mais preciso dos processos de fermentação, o que pode resultar em cervejas de melhor qualidade.

Por outro lado, algumas microalgas são atraídas por superfícies electricamente carregadas. Os investigadores observaram que a espécie Chlorella vulgaris aderiu bem ao vidro carregado positivamente, o que pode ser útil na produção de biocombustíveis, onde a acumulação desta alga é um passo essencial.

A equipa afirma que este método pode ser aplicado a qualquer tipo de vidro e pode ser realizado em qualquer laboratório com um banho ultra-sónico básico.

Fonte: Sapo

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