
Cientistas Criam Baratas Ciborgues Para Missões de Salvamento, Vigilância e Espionagem • Diário Económico
Pesquisadores da Universidade Diponegoro, na Indonésia, e da Universidade de Osaka, no Japão, desenvolveram uma tecnologia inovadora que transforma baratas comuns em ciborgues capazes de realizar tarefas de salvamento, vigilância e espionagem.
“Criar um robô funcional em pequena escala é um desafio. Quisemos contornar este obstáculo mantendo as coisas simples”, explica o autor principal do estudo publicado em Fevereiro na revista Soft Robotics, Mochammad Ariyanto.a d v e r t i s e m e n t
Segundo o portal Zap Aeiou, os investigadores inseriram um sistema de navegação complexo nos próprios animais: uma espécie de mochila tecnológica.
“Ao ligar simplesmente dispositivos electrónicos aos insectos, podemos evitar os pormenores mais finos da engenharia robótica e concentrar-nos em atingir os nossos objectivos”, explica Ariyanto, cintado pelo portal Science Alert.
“O nosso sistema de navegação bio-híbrido autónomo ultrapassa problemas que tradicionalmente têm desafiado os robôs, como a recuperação de quedas. É isto que é necessário para sair do laboratório e entrar em cenários da vida real, como a natureza selvagem”
O conjunto que criaram chama-se “sistema de navegação bio-híbrido baseado no comportamento (BIOBBN)” e baseia-se na programação reach-avoid, que envolve o objectivo de chegar a um local definido, evitando os obstáculos que possam surgir pelo caminho. O BIOBBN é constituído por dois algoritmos de navegação: um para ambientes simples e outro para situações mais complexas.
“O primeiro sistema de navegação podia utilizar uma mochila electrónica mais volumosa e pesada, enquanto o segundo precisava de uma mochila mais compacta e mais leve para acomodar a sua navegação em terrenos complexos”, escrevem os cientistas.
“Este algoritmo aproveitou os comportamentos naturais das baratas, como seguir paredes e trepar, para navegar à volta e por cima de obstáculos”, escrevem. “O segundo cenário, mais denso, exigiu mais tempo devido ao aumento da capacidade de evitar obstáculos e ao comportamento natural de escalada”.
Os autores esperam agora que estes insectos-robôs possam ser utilizados para inspeccionar os perigosos escombros deixados na sequência de guerras e catástrofes naturais. “Acredito que os nossos insectos ciborgues podem atingir objectivos com menos esforço e potência do que os robôs puramente mecânicos”, afirma o engenheiro Keisuke Morishima.
“O nosso sistema de navegação bio-híbrido autónomo ultrapassa problemas que tradicionalmente têm desafiado os robôs, como a recuperação de quedas. É isto que é necessário para sair do laboratório e entrar em cenários da vida real, como a natureza selvagem”.