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O Governo pretende replicar o modelo de conversão de dívida em investimento climático, após ter transformado 2,6 milhões de dólares (165 milhões de meticais) de dívida com a Bélgica em projectos destinados a reforçar a resiliência climática. O anúncio foi feito pelo ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá, durante a abertura da Primeira Conferência Nacional sobre Financiamento Climático, realizada em Maputo.

Segundo a agência Lusa, o ministro explicou que Moçambique está a desenvolver mecanismos inovadores de financiamento climático, destacando o papel crescente do mercado de carbono, que coloca o País como líder regional na transição para uma economia verde. “Da mesma forma, a recente troca de dívida com a Bélgica, que converteu 2,6 milhões de dólares em investimento climático, é um exemplo tangível de como a diplomacia económica pode gerar impactos ambientais e sociais positivos”, afirmou.

O governante citou Cabo Verde como um “exemplo inspirador” de criatividade e diplomacia económica, referindo-se à estratégia cabo-verdiana de troca de dívida soberana por acção climática, que permite transformar obrigações financeiras em investimentos sustentáveis, sobretudo nas áreas da transição energética e da economia azul. Segundo Salim Valá, parte dos recursos resultantes dessas operações é reinvestida em fundos nacionais de resiliência, combinando sustentabilidade financeira e autonomia de desenvolvimento.

Para o ministro, os casos de Moçambique e Cabo Verde demonstram que “o financiamento climático não é apenas possível, é vantajoso”. Salim Valá sustentou que tais mecanismos criam emprego, reforçam a soberania económica e contribuem para restaurar a confiança dos parceiros internacionais, quando os países alinham as suas políticas públicas com a responsabilidade ambiental.

O dirigente sublinhou ainda que o País, em parceria com a sociedade civil e o sector privado, pretende aumentar a mobilização de recursos para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, reduzir perdas e danos e construir um futuro sustentável.

De acordo com dados oficiais, Moçambique registou, entre 2000 e 2023, mais de 75 eventos climáticos extremos, que provocaram perdas económicas superiores a 4,1 mil milhões de dólares (260 mil milhões de meticais), colocando o País entre os dez mais vulneráveis do mundo.

O Executivo aprovou recentemente o Plano de Contingência para a época chuvosa 2025-2026, que poderá afectar 1,2 milhões de pessoas, mas que conta com menos de metade dos 14 mil milhões de meticais (220 milhões de dólares) necessários para a sua implementação.

A 13 de Outubro, o Presidente da República, Daniel Chapo, defendeu a necessidade de investir na resiliência das comunidades africanas, em vez de se concentrar apenas na mitigação dos efeitos dos desastres naturais. “Precisamos de apostar em acções que salvem vidas antes das catástrofes, e não apenas depois”, sublinhou o Chefe de Estado.a d v e r t i s e m e n t

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