a d v e r t i s e m e n tMaputo acolheu nesta quarta-feira (24) a celebração do 95.º Aniversário do Dia Nacional da Arábia Saudita – que se assinalou no dia 23 de Setembro -, cerimónia que contou com a intervenção do Governo através do ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá.
Na sua intervenção, Salim Valá destacou os “laços de amizade e cooperação” que unem Moçambique e Arábia Saudita desde o estabelecimento das relações diplomáticas em 1998. “Com muita alegria e satisfação, afirmamos que a República de Moçambique e o Reino da Arábia Saudita continuam a desenvolver excelentes relações de amizade, solidariedade e cooperação”, reiterou.
O ministro recordou, ainda, que a assinatura do Acordo Geral de Cooperação, em 2016, na capital saudita Riade, “elevou significativamente o patamar” da parceria entre os dois países, abrangendo áreas como política, agricultura, infra-estruturas, saúde, educação, recursos minerais, energia, segurança e assistência humanitária.a d v e r t i s e m e n t
O governante saudou, de resto, a recente acreditação do novo embaixador saudita em Maputo, Ahmad Mohammad Al Wohaib, classificando-a como “um elemento importante para a elevação e dinamização das relações bilaterais de cooperação”.
Referindo-se à Visão 2030 da Arábia Saudita, o ministro Salim Valá elogiou a estratégia de diversificação económica que a Arábia Saudita “tem demonstrado enquanto parceiro comprometido com o desenvolvimento sustentável e com uma visão estratégica de longo prazo”, afirmou, apontando como exemplo o projecto Jafurah – megaprojecto de desenvolvimento de um dos maiores campos de gás, bem como as iniciativas de dessalinização sustentável.
Por outro lado, destacou os desafios de Moçambique aludindo a uma recuperação económica em curso, e sublinhou também a aprovação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento (2025-44), bem como do Plano de Recuperação e Crescimento Económico (2025-29).
“Estamos apostados em transformar os recursos naturais no País e agregar valor aos mesmos, através de medidas de políticas económicas que permitam incrementar a produtividade e expandir os Parques Industriais e Tecnológicos”, declarou.
O ministro recordou ainda que Moçambique é “um dos dez países mais vulneráveis às mudanças climáticas”, o que exige maior mobilização de recursos. “Acreditamos que a cooperação frutuosa com países irmãos, como a Arábia Saudita, permitirá incrementar em 20% a percentagem de recursos mobilizados para as mudanças climáticas”, acrescentou.
Valá salientou que a experiência saudita pode servir de inspiração. “Moçambique tem muito a aprender e a ganhar com esta parceria estratégica”, afirmou, defendendo maior cooperação em áreas como energia, agricultura e infra-estruturas.
No sector económico, frisou que, apesar do comércio bilateral ainda estar aquém das expectativas, “em 2024, registou-se um crescimento de 18% em relação ao ano anterior”, com destaque para o interesse saudita em gás, carvão e produtos agrícolas nacionais.
Valá destacou a amizade e cooperação que unem Moçambique e Arábia Saudita desde o estabelecimento das relações diplomáticas em 1998
Na vertente educativa e cultural, Valá apelou ao reforço de bolsas de estudo e intercâmbios. “A juventude moçambicana pode ter acesso a oportunidades de formação em áreas como engenharia, medicina, energias renováveis e tecnologias digitais”, anuiu.
O ministro aproveitou ainda para se pronunciar sobre o Médio Oriente, manifestando preocupação com os acontecimentos em Gaza. “A República de Moçambique posiciona-se a favor do cessar-fogo imediato e do levantamento do bloqueio humanitário”, declarou, felicitando os esforços da Arábia Saudita e parceiros regionais para a paz.
A cerimónia coincidiu com os 50 anos da Independência Nacional de Moçambique, facto destacado pelo governante. “Este ano o País celebrou os 50 anos da sua Independência Nacional, marcado pela busca de uma paz duradoura e recuperação económica”.
Salim Valá terminou com um apelo em homenagem aos líderes da Arábia Saudita e de Moçambique e ao fortalecimento das relações de amizade entre os dois povos. “Que esta amizade entre os dois Povos e Governos continue a florescer, guiada pela confiança, pela ambição e pela esperança de um futuro melhor”, concluiu.a d v e r t i s e m e n t