O Banco de Moçambique (BdM) fez saber que as reservas obrigatórias dos bancos, em função dos depósitos, voltaram a cair em Junho, fixando-se nos 212,7 mil milhões de meticais (3,2 mil milhões de dólares), acumulando uma descida de 27% este ano. De acordo com os dados do relatório estatístico divulgados pelo banco central, em Abril, o volume dessas reservas tinha registado uma subida, para 227,3 mil milhões de meticais (3,5 mil milhões de dólares) e em Maio recuaram 4,3% para 217,5 mil milhões de meticais (3,3 mil milhões de dólares). A instituição financeira recordou que, no início de Janeiro de 2023, o coeficiente de reservas obrigatórias estava fixado em 10,5% para depósitos em moeda nacional e em 11% para depósitos em moeda estrangeira. No entanto, ao longo do primeiro semestre do mesmo ano, o BdM aumentou por duas vezes o coeficiente, com o objectivo de “absorver a liquidez excessiva no sistema bancário, com potencial de gerar uma pressão inflacionária.” O último desses aumentos ocorreu em Junho de 2023, quando os coeficientes foram elevados para 39% dos depósitos em moeda nacional e 39,5% dos depósitos em moeda estrangeira. Como resultado, as reservas registaram um crescimento acumulado desde Dezembro de 2022, quando somavam 62,1 mil milhões de meticais. Face à falta de divisas no mercado interno, os empresários moçambicanos insistiram, nos últimos meses, na necessidade de o banco central aliviar os coeficientes de reservas obrigatórias em moeda estrangeira. A resposta veio no final de Janeiro de 2025, quando o Comité de Política Monetária (CPMO) decidiu reduzir os coeficientes para 29% em moeda nacional e 29,5% em moeda estrangeira, com o intuito de libertar liquidez e estimular a actividade económica. Em declarações públicas posteriores, o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, afirmou não estarem previstas novas reduções, garantindo que a liquidez no sistema financeiro está actualmente em níveis confortáveis, incluindo no que toca à disponibilidade de divisas. “A medida de Janeiro libertou uma quantidade significativa de liquidez. Não há necessidade, neste momento, de mexer novamente nos coeficientes. Isso não é algo que se faça de ânimo leve”, sublinhou o governador em Março. Nas reuniões subsequentes, em Março e Maio, o CPMO optou por cortes adicionais na taxa de juro de política monetária, mas manteve inalterados os coeficientes de reserva obrigatória. Segundo o banco central, a estabilidade dessas reservas é essencial para assegurar a robustez do sistema bancário e a eficácia das medidas monetárias.

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