As Reservas Internacionais Líquidas (RIL) de Moçambique recuaram 1% em Setembro, situando-se em 3,9 mil milhões de dólares (246,5 mil milhões de meticais), depois de terem alcançado máximos de quatro anos em Agosto, indicam dados do Banco de Moçambique (BdM) citados pela Lusa.
Estas reservas, compostas por divisas em moeda estrangeira, tinham registado em Fevereiro o valor mais baixo em cerca de um ano, recuando para 3,6 mil milhões de dólares (227,5 mil milhões de meticais), segundo o histórico de um relatório estatístico do banco central.
Seguiram-se seis subidas mensais consecutivas, atingindo quase 4 mil milhões de dólares (252,8 mil milhões de meticais) em Julho e renovando máximos em Agosto, cobrindo mais de três meses das necessidades estimadas de importação de bens e serviços, antes da descida registada em Setembro.a d v e r t i s e m e n t
O governador do BdM, Rogério Zandamela, anunciou a 31 de Julho que a instituição estava a implementar medidas para aumentar a fluidez no mercado cambial, redistribuindo o volume de divisas disponíveis para garantir as importações.
“Essas medidas não são mais nada que ajustar daqui, tirar daqui, certos recursos, pôr no outro e acompanhar melhor”, explicou o governador do banco central, em conferência de imprensa, no final da reunião do Comité de Política Monetária (CPMO).
Rogério Zandamela acrescentou que “perspectiva-se um aumento da fluidez no mercado cambial. Com vista a impulsionar as vendas ao público, o BdM reduziu recentemente os limites de retenção diária de divisas adquiridas pelos bancos. Esta medida complementa a decisão do aumento da taxa mínima de conversão de receitas de exportação, de 30% para 50%, o que implica maior disponibilidade e acesso às divisas”.
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, acusou a banca de criar escassez de divisas e transformá-la em “oportunidade de negócio”.”Quando há escassez da moeda estrangeira, começa-se a transformar essa escassez em oportunidade de negócio. Isto acontece até nos bancos comerciais, onde são feitos negócios todos os dias. Não há uma verdadeira escassez de divisas, é uma escassez criada”, disse Daniel Chapo, em Julho, numa das suas visitas à província de Sofala.
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) alertou que a falta de acesso a divisas nos bancos afecta operações de sectores como saúde, aviação, combustíveis e importação de produtos alimentares, dificultando o funcionamento normal das empresas no País.

