Estas são algumas das conclusões da edição de outubro do Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal, em que, além de um balanço do terceiro trimestre, são apresentadas as perspetivas para o período entre outubro e dezembro. De acordo com os resultados do inquérito, que avalia a oferta e a procura durante o período entre julho e setembro face aos três meses anteriores, nos particulares a procura esteve “sem alterações”. Apesar de no agregado ficar inalterada, houve um aumento da procura no segmento da habitação, fruto de um “contributo ligeiro do nível das taxas de juro e do regime regulamentar e fiscal do mercado da habitação”. Do lado das empresas, também as taxas de juro contribuíram para um aumento da procura, sobretudo por pequenas e médias empresas (PME). “Em sentido contrário, o recurso à geração interna de fundos como fonte de financiamento alternativa contribuiu ligeiramente para diminuir a procura”, acrescenta o BdP. Nas PME, as necessidades de financiamento do investimento e de financiamento de existências e de fundo de maneio também pesaram para o aumento da procura, enquanto nas grandes empresas houve um contributo ligeiro para a diminuição devido à emissão de títulos de dívida. Para o último trimestre de 2025, o BdP assinala que o setor antecipa um aumento da procura nos empréstimos pelas empresas, sobretudo por PME e por empréstimos de longo prazo. Pelos particulares, a expectativa é que haja um ligeiro aumento da procura para habitação e se mantenha sem alterações no consumo e outros fins. Do lado da oferta, os critérios da concessão estiveram “sem alterações no crédito a empresas e a particulares”, apesar de ligeiras movimentações que aumentaram (no caso das PME) e diminuíram (habitação) a restritividade, mas que foram insuficientes para impactar o agregado. Na análise aos termos e condições de crédito, tanto PME como grandes empresas tiveram uma ligeira diminuição das taxas de juro praticadas e do ‘spread’ nos créditos de risco médio, mas mantiveram-se nos particulares. A proporção de pedidos de empréstimo rejeitados manteve-se nas empresas e nos particulares. Para os últimos três meses, a banca portuguesa antecipa critérios de concessão de crédito “ligeiramente menos restritivos para PME” e em empréstimos de curto prazo — ainda que sem impacto agregado — e não antecipa alterações no crédito a particulares. Leia Também: Crédito à habitação acelera em setembro (pelo 21.º mês consecutivo)

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