
Venâncio Mondlane reitera abertura ao diálogo com o PR Chapo em meio à crise pós-eleitoral
Receba vagas no seu WhatsApp
Siga o nosso canal do WhatsApp para receber vagas no status do WhatsApp.
Clique aqui para seguir
O antigo candidato presidencial Venâncio Mondlane manifestou a sua disposição para dialogar com o chefe de Estado moçambicano, Daniel Chapo, visando a resolução da crise pós-eleitoral que o país enfrenta.
Em declarações à comunicação social, Mondlane revelou que ainda não foi contactado para participar nas negociações e sublinhou que, quando convidado, apresentará os seus pontos de vista sobre a situação atual.
“Não fui ainda contactado [para o diálogo], (…) quando for convidado vou apresentar os meus pontos de vista, já passei várias vezes esta mensagem. O único problema é que, neste momento, ele [Daniel Chapo] está vedado e não quer abrir espaço nesta mesa de diálogo”, afirmou Mondlane, durante uma visita ao Hospital Central de Maputo, onde se encontra a prestar apoio a pessoas feridas nas recentes manifestações.
O Presidente Daniel Chapo tem estado em conversações com diversos partidos políticos no intuito de discutir reformas estatais, incluindo a revisão da lei eleitoral e alterações na Constituição da República. Estas iniciativas foram iniciadas pelo seu antecessor, Filipe Nyusi, em resposta à crise que se instalou no país após as eleições gerais de 9 de Outubro, cujos resultados não são reconhecidos por Mondlane.
Na passada segunda-feira, Chapo anunciou a conclusão de consensos sobre termos de referência para abordar as reformas estatais, após um encontro com líderes de quatro forças partidárias. “Estivemos com as lideranças, trabalhamos durante a tarde no âmbito do segmento do diálogo político e temos termos de referências para trabalhar já no documento que pode terminar, depois de todo o consenso formulado, com assinaturas, como um compromisso concreto das lideranças com representação na Assembleia da República”, declarou Chapo.
Venâncio Mondlane reafirmou que muitas das reformas propostas alinham-se com ideias que defende há anos, reiterando a sua total disponibilidade para contribuir para o diálogo. “Eu estou totalmente aberto para isso”, frisou, enquanto visitava o bairro de Bobole, um dos locais onde os confrontos entre a polícia e manifestantes foram mais intensos.
Desde o dia 21 de Outubro, Moçambique tem sido palco de agitação social, com protestos e paralisações convocadas por Mondlane, que resultaram em violentos confrontos entre a polícia e os manifestantes, bem como em saques e destruição de bens públicos e privados. A plataforma eleitoral Decide, uma organização não-governamental que monitora os processos eleitorais em Moçambique, reportou pelo menos 315 mortos, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e 750 pessoas feridas durante os protestos.