Trump e Musk desmantelam USAID: África pode enfrentar crise humanitária

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o bilionário Elon Musk avançaram com o desmantelamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), provocando uma onda de demissões, cortes de financiamento e incerteza global sobre o futuro da assistência humanitária. A decisão poderá ter consequências graves para Moçambique e o continente africano, onde a USAID financia projectos de saúde, educação, segurança alimentar e resposta a desastres.
Marco Rubio assume interinamente e impõe mudanças drásticas.
O secretário de Estado, Marco Rubio, foi nomeado administrador interino da USAID, horas após Musk anunciar que Trump “concordou” em desmantelar a agência. Rubio já delegou as operações diárias para Pete Marocco, ex-diretor de assistência externa da USAID, uma decisão que gera preocupações devido ao histórico controverso do novo responsável.
Segundo fontes da Casa Branca, a USAID será fundida com o Departamento de Estado e sofrerá cortes severos no quadro de funcionários, mas continuará, de forma limitada, a actuar em projectos alinhados à política externa dos EUA.
Cortes ameaçam milhões de pessoas em África
A decisão de Trump e Musk gerou alarme em organizações humanitárias e governos africanos. A USAID desempenha um papel crucial em 130 países, com um orçamento anual superior a 40 bilhões de dólares. Em Moçambique, a agência financia projectos essenciais que agora correm o risco de serem interrompidos:

Combate ao HIV e à malária: Milhares de pacientes poderão ficar sem acesso a medicamentos e testes, aumentando as taxas de mortalidade;
Apoio à segurança alimentar: Milhões de moçambicanos dependem de programas da USAID para enfrentar a fome e a desnutrição;
Recuperação pós-ciclones: A reconstrução de infra-estruturas afectadas por desastres naturais, como os ciclones Idai e Freddy, pode ser interrompida;
Educação e desenvolvimento comunitário: Programas de alfabetização e treinamento profissional podem perder financiamento.

A interrupção desses projectos pode agravar a pobreza extrema, a instabilidade social e a dependência de Moçambique em relação a outras potências, como China e Rússia.
Críticas e resistência no Congresso dos EUA
A medida encontrou resistência dentro dos Estados Unidos. O senador democrata Brian Schatz afirmou que bloqueará todas as nomeações do Departamento de Estado até que Trump e Musk recuem na decisão. Enquanto isso, funcionários da USAID foram orientados a trabalhar remotamente, e centenas perderam acesso aos sistemas da agência, indicando uma dissolução iminente.
Organizações internacionais alertam que a eliminação da USAID poderá criar um vácuo na ajuda humanitária, aumentando crises de fome, conflitos e deslocamento forçado de populações vulneráveis.
Musk e o Departamento de Governo Eficiência (DOGE)

USAID is a criminal organization https://t.co/Xzl70dmow1
— Elon Musk (@elonmusk) February 3, 2025

Elon Musk, que lidera o recém-criado Departamento de Governo Eficiência (DOGE), alegou que a USAID é “radicalmente politizada” e deveria ser “eliminada”. Fontes indicam que operativos de DOGE tentaram acessar documentos classificados da USAID sem a devida autorização, gerando suspeitas sobre as reais intenções da reestruturação.
Musk também mencionou que a agência é um “bowl de vermes”, insinuando que a corrupção justificaria seu encerramento. No entanto, não apresentou evidências concretas para apoiar suas alegações.
Moçambique e África podem perder um dos seus principais parceiros humanitários
Se os cortes forem mantidos, Moçambique e outros países africanos precisarão buscar novas parcerias para substituir os bilhões de dólares perdidos. Alternativas incluem:

Apoio da União Europeia e do Reino Unido, embora os recursos sejam limitados;
Investimentos chineses e russos, mas que frequentemente vêm atrelados a interesses políticos e económicos;
Ampliação da cooperação com organizações internacionais, como a ONU e o Banco Mundial.

O futuro da assistência humanitária está em risco
O governo moçambicano ainda não se pronunciou oficialmente sobre o impacto da decisão dos EUA. No entanto, especialistas alertam que a perda do financiamento da USAID pode intensificar crises já existentes e comprometer anos de progresso em sectores vitais.
Caso a fusão com o Departamento de Estado se concretize e os cortes se mantenham, a influência dos EUA na região pode diminuir, abrindo espaço para novas potências redefinirem a geopolítica da ajuda internacional em África.

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SabeBusiness Admin
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