Maputo: 16 baleados em passeata de Venâncio Mondlane
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Uma passeata liderada pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane terminou em tragédia na quarta-feira, com pelo menos 16 pessoas baleadas, incluindo duas crianças que perderam a vida.
O incidente ocorreu por volta das 13:00 (hora local) no bairro de Hulene, ao longo da Avenida Julius Nyerere, enquanto a caravana seguia em direcção à Praça dos Combatentes, partindo da Praça da Juventude, no bairro de Magoanine, nos subúrbios da capital moçambicana.
Wilker Dias, director da Plataforma Decide, uma organização não-governamental que monitora os processos eleitorais, confirmou os detalhes do evento à agência Lusa, sublinhando que entre os feridos se encontrava um membro da caravana de Mondlane. O ex-candidato, que se auto-denomina “presidente eleito pelo povo”, encontra-se em parte incerta após os confrontos.
Desde as eleições de 09 de Outubro, que culminaram na vitória de Daniel Chapo, Moçambique atravessa um período de forte agitação social, caracterizado por manifestações e paralisações convocadas por Mondlane, que contesta os resultados eleitorais. A Plataforma Decide revelou que, desde 15 de Janeiro, 63 pessoas foram baleadas em diversas situações de violência, elevando o total de feridos em confrontos com as forças policiais para 3.516.
Em resposta aos protestos, a polícia moçambicana posicionou-se em todas as principais vias que dão acesso ao Centro de Conferências Joaquim Chissano, onde foi assinado um acordo político entre o Presidente de Moçambique e várias formações partidárias, focado em reformas estatais e no diálogo político para resolver a crise pós-eleitoral que assola o país.
Embora os protestos actuais tenham diminuído em escala, continuam a surgir em diversos pontos do território nacional. Além da contestação aos resultados eleitorais, os manifestantes expressam preocupações com o aumento do custo de vida e outros problemas sociais que afectam a população.
