advertisemen tA economia de Moçambique foi marcada esta semana por várias notícias relevantes: projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2026, alterações antecipadas na taxa de juro de referência, alertas do Governo sobre riscos fiscais e a expectativa de um aumento recorde da despesa estatal com salários. Esses indicadores oferecem uma visão abrangente da conjuntura económica do país e dos desafios futuros. Crescimento económico e perspectivas do PIB O Governo projeta um crescimento económico de 3,2 % em 2026, segundo a proposta orçamental para aquele ano, que estima o PIB em 1,6 bilião de meticais (23,5 mil milhões de dólares). Essa projeção representa uma ligeira aceleração em relação aos 2,9 % previstos para 2025 e aos 2,2 % registados em 2024, anos marcados por instabilidade política pós-eleitoral. Em 2023, o crescimento económico foi de 5 %.advertisement Para 2025, o PIB nominal está estimado em 1,5 bilião de meticais (21,8 mil milhões de dólares), enquanto em 2024 ficou em 1,4 bilião de meticais (20,5 mil milhões de dólares). A inflação deverá situar-se em 3,7 % em 2026, menos do que os 7 % esperados para 2025 e os 3,2 % registados em 2024. As Reservas Internacionais Líquidas deverão cobrir 4,4 meses de importações, ligeiramente abaixo dos 4,7 meses estimados para 2025. No domínio comercial, espera-se aumento das exportações de 8,2 mil milhões de dólares em 2025 para 8,4 mil milhões de dólares em 2026. As importações deverão passar de 9,2 mil milhões de dólares para 9,5 mil milhões de dólares, mantendo-se o défice comercial. Taxa de juro de referência e política monetária A consultora britânica Oxford Economics antecipa que o Banco de Moçambique poderá reduzir novamente a taxa de juro de referência em Novembro, caso a inflação permaneça moderada — após o corte recente para 9,75 %. “Se a inflação se mantiver abaixo da meta de 5 %, o Comité de Política Monetária poderá reduzir 0,5 pontos percentuais no final de Novembro”, indicam os analistas. Em Agosto, a inflação situou-se em 4,8 %, abaixo da meta implícita de 5 % definida pelo banco central no âmbito do programa do Fundo Monetário Internacional (FMI). Desde Janeiro de 2024, o Banco de Moçambique reduziu a taxa de política monetária em 700 pontos-base, beneficiando famílias, empresas e o Estado. No entanto, as taxas praticadas pelos bancos comerciais aos seus clientes caíram apenas cerca de 600 pontos-base no mesmo período. Riscos fiscais e défice orçamental No segundo trimestre, Moçambique registou um défice orçamental de 22,45 mil milhões de meticais (320 milhões de dólares), conforme o relatório de monitorização de riscos fiscais do Ministério das Finanças. Embora inferior ao défice do mesmo período em 2024, o Governo alerta para riscos estruturais que podem afetar a sustentabilidade das finanças públicas. O défice representa um “alívio temporário” de 10 mil milhões de meticais (143 milhões de dólares), mas a baixa arrecadação fiscal e a dependência do endividamento, sobretudo interno, podem comprometer os esforços de consolidação orçamental. Despesa do Estado com salários O Governo prevê que a despesa com salários atinja em 2026 um valor recorde de 211,8 mil milhões de meticais (2,9 mil milhões de dólares), um aumento de 3 % face à previsão orçamental para 2025. A rubrica de salários e remunerações corresponderá a 12,8 % do PIB estimado para 2026, integrando admissões previstas nos sectores da Educação, Saúde, Agricultura e Administração da Justiça. Para controlar a folha salarial, foi implementado o Sistema Nacional de Gestão de Recursos Humanos do Estado (e‑SNGRHE), que exige a prova de vida biométrica anual dos funcionários públicos via o aplicativo móvel BioPV. O incumprimento implica suspensão automática do pagamento salarial. Até ao momento, 18 899 funcionários foram suspensos por não cumprirem o requisito. Texto: Florença Nhabindea dvertisement

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