advertisemen tO procurador-geral da República, Américo Letela, defendeu esta segunda-feira (8) que o combate ao crime organizado em Moçambique exige do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) uma actuação mais incisiva, orientada para a identificação dos verdadeiros mandantes, financiadores e beneficiários das actividades criminosas, com destaque para os raptos e o tráfico de drogas. Segundo o jornal O País, Letela falava na abertura da 8.ª edição do Conselho Coordenador do SERNIC, onde sublinhou que os actuais esforços no desmantelamento de células operativas e na detenção de autores materiais, embora relevantes, são insuficientes para travar a crescente insegurança que afecta o País. “A sociedade já não se satisfaz com operações pontuais ou com a exibição de pequenos indícios de investigação. O povo exige saber quem são os mandantes, os que planeiam, financiam e lucram com estes crimes hediondos”, afirmou o procurador-geral.advertisement Segundo o dirigente, o desempenho do SERNIC deve ser medido pela sua capacidade de conduzir investigações profundas, que permitam responsabilizar os actores intelectuais do crime organizado e antecipar a sua ocorrência. “O SERNIC deve assumir uma nova postura institucional, proteger a sociedade e reafirmar a autoridade da justiça”, declarou. Américo Letela alertou ainda para o impacto do tráfico de drogas, alimentado por redes transnacionais, que, segundo disse, ameaça a estabilidade económica e social do País. Nesse contexto, reiterou que não basta apreender estupefacientes, encerrar “fabriquetas” ou deter correios e consumidores. “É imperioso revelar quem lucra com esta actividade criminosa que destrói vidas, famílias e o futuro da Nação”, frisou. Outro ponto crítico abordado pelo procurador-geral foi a corrupção, que classificou como um crime insidioso que mina as instituições, fragiliza a confiança pública e facilita o cometimento de delitos como o branqueamento de capitais, o terrorismo e o seu financiamento. Para Letela, o actual cenário impõe ao SERNIC elevados padrões técnicos e rigor na recolha, tratamento e análise da informação. Durante a sua intervenção, condenou ainda o envolvimento de agentes da própria instituição em práticas criminosas, nomeadamente a partilha de informações com redes ilegais ou a utilização de meios institucionais para fins ilícitos. “Não será tolerado o uso da posição privilegiada para comprometer a missão do SERNIC”, advertiu. Letela denunciou igualmente casos de adulteração de resultados periciais em troca de favores, classificando tais actos como uma traição ao juramento de serviço público. A 8.ª edição do Conselho Coordenador do SERNIC decorre sob o lema “Por uma Investigação Criminal com Padrões Elevados, Rigor Técnico e Comprometida com a Legalidade”.

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