advertisemen tA consultora britânica Oxford Economics prevê uma possível desvalorização do metical no próximo ano, sobretudo durante a implementação do programa de ajustamento financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI), salientando ainda que haverá subida da inflação. “Na nossa opinião, o Governo vai gradualmente desvalorizar o metical em 2026 para lidar com a severa falta de reservas em moeda estrangeira”, escreveram os analistas, acrescentando que esta desvalorização deve ser uma das condições para um novo acordo com o FMI, cujas negociações devem estar concluídas no primeiro trimestre. Na publicação divulgada pela Lusa, os analistas esclarecem que esta desvalorização vai colocar uma pressão ascendente nos preços devido aos efeitos de contágio da taxa de câmbio, “por isso prevemos que o banco central vá colocar a taxa de juro de referência nos 10% até final de 2026 para tentar controlar a instabilidade nos preços.”advertisement “A situação vai mudar consideravelmente a partir do último trimestre do próximo ano, apesar das projecções actuais de que a inflação se mantenha neste e no próximo ano em redor da meta implícita das autoridades, ou seja, nos 5%”, concluem. Recentemente, o Banco de Moçambique (BdM) reduziu a taxa de juro de política monetária (MIMO) para 9,5%, marcando o 11.º corte consecutivo. A decisão surge apesar das preocupações com atrasos no pagamento da dívida pública interna, que continuam a afectar o mercado financeiro. “Esta modesta redução reflecte o agravamento dos riscos e incertezas associados às perspectivas da inflação, com destaque para o atraso no pagamento dos instrumentos da dívida pública interna pelo Estado. As perspectivas da inflação mantêm-se em um dígito no médio prazo. Em Outubro de 2025, a inflação anual fixou-se em 4,83% após 4,93% em Setembro”, declarou o governador do BdM, Rogério Zandamela, em Maputo, após a reunião do Comité de Política Monetária (CPMO). A taxa de juro directora esteve fixada em 17,25% desde Setembro de 2022, após intervenção do BdM, iniciando cortes consecutivos a partir de 31 de Janeiro de 2024, quando desceu para 16,5%. Em Março do ano passado, o banco reduziu para 15,75%, continuando sucessivamente até atingir 9,75% em Setembro e agora 9,5%. Rogério Zandamela alertou que o “endividamento público interno continua a agravar-se”, afectando o funcionamento normal do mercado financeiro. O responsável detalhou que a dívida pública interna, incluindo contratos de mútuo e locação, e as dívidas ou obrigações financeiras que não foram pagas no prazo estabelecido situam-se em 465,8 mil milhões de meticais (7,2 mil milhões de dólares). Este valor representa um aumento de 50,3 mil milhões de meticais (780,3 milhões de dólares) em relação a Dezembro de 2024. O atraso nos pagamentos pelo Estado tem reduzido a apetência por títulos públicos e tornou as taxas de juro do mercado interbancário mais rígidas, reforçando os riscos para a economia. O CPMO reúne-se de dois em dois meses, sendo a próxima sessão agendada para 28 de Janeiro de 2026, quando novas decisões poderão ajustar a política monetária em função das condições económicas do País.advertisement

