advertisemen tO panorama financeiro africano está a entrar numa nova fase de maturidade. Com o aprofundamento dos mercados de dívida, a aceleração da digitalização e o crescente apetite por financiamento verde e de infra-estruturas, o continente está a ser reavaliado pelos investidores globais que procuram diversificação e crescimento. Neste contexto, a S&P Global – uma das principais agências de classificação de risco e provedora de análises financeiras e económicas globais – lançou a sua primeira Cimeira África 2025, com o tema “O Caminho para os Mercados de Capitais”, que será realizada no dia 20 de Novembro de 2025 em Joanesburgo. O evento reúne decisores políticos, reguladores, emitentes soberanos e líderes do sector privado para discutir como África pode atrair e aplicar capital de forma mais eficaz numa economia global em rápida transformação. Construir confiança através da transparência Na essência da cimeira está uma mensagem central: a credibilidade impulsiona o capital. Os mercados de capitais africanos estão a expandir-se, mas continuam fragmentados, superficiais e limitados pela confiança dos investidores. A S&P Global, através das suas classificações e inquéritos, tem como objectivo fornecer a transparência e a integridade dos dados que os investidores internacionais exigem para avaliar os riscos com maior precisão. De Lagos (Nigéria) a Nairóbi (Quénia), os reguladores estão a introduzir quadros para aprofundar os mercados obrigacionistas, modernizar os requisitos de admissão à cotação e adoptar normas internacionais de relato. A Cimeira serve como fórum para consolidar estes esforços e ligar as reformas africanas aos fluxos globais de capitais. Financiar o crescimento e a resiliência Para além da macroeconomia, as discussões centram-se na forma de financiar as prioridades de desenvolvimento a longo prazo de África. Os temas abrangem desde projectos de infra-estruturas sustentáveis e energias renováveis a mecanismos de financiamento inovadores, como o financiamento combinado, títulos da diáspora e instrumentos ligados à sustentabilidade. Um destaque importante é a participação do Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (BADEA) e da UMOA-Titres – instituição financeira regional especializada na organização e gestão do mercado de títulos públicos –, ambos defendendo uma melhor coordenação regional na concessão de empréstimos soberanos. A ênfase é clara: o financiamento futuro de África deve ser sustentável, transparente e orientado para o crescimento. A cimeira vai destacar ainda como a resiliência climática e o financiamento verde estão a tornar-se o centro da estratégia económica de África. Com o aumento da procura global de activos sustentáveis, os emitentes africanos estão a posicionar-se para explorar novos recursos de capital capital ambiental, social e de governança (ESG). Libertar o potencial do sector privado Embora a dívida pública domine as manchetes, o sector privado continua a ser o motor inexplorado do crescimento de África. A cimeira da S&P Global pressiona para uma maior participação de emitentes corporativos, plataformas fintech e investidores institucionais. Os mercados de capitais são vitais para alargar o acesso ao financiamento para além dos sistemas bancários tradicionais. Um ecossistema de acções e obrigações mais profundo pode reduzir os custos de empréstimos às empresas, atrair capital de risco para a inovação e criar instrumentos de poupança fiáveis para os cidadãos. Além disso, a integração transfronteiriça através do Projecto de Ligação de Câmbios Africanos (AELP) e da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) está a começar a moldar um cenário de investimento unificado — perfeitamente alinhado com os temas discutidos em Joanesburgo. Um momento decisivo A Cimeira S&P Global Africa representa mais do que uma conferência; é um sinal da crescente confiança global na evolução financeira do continente. A participação de importantes instituições financeiras, parceiros de desenvolvimento e decisores políticos reforça o reconhecimento partilhado de que o crescimento futuro de África deve ser financiado por capital nacional e internacional. À medida que os mercados africanos se sofisticam, a questão já não é se os investidores globais virão — mas como é que África se estruturará para os receber. Fonte: Further Africa