Uma equipa de cientistas da Universidade do Sudeste, na China, revelou um cimento inovador que promete manter os ambientes naturalmente frescos sem depender de aparelhos eléctricos. A descoberta pode marcar um ponto de viragem na indústria da construção civil. Ao contrário do cimento tradicional, que é feito de calcário e argila calcinada, os investigadores utilizaram argila e grânulos de gesso. Durante o fabrico, foram criados pequenos espaços preenchidos com cristais de etringite, conhecidos por reflectirem a radiação infravermelha. Além disso, foi incorporado um gel rico em alumínio que ajuda a conduzir a radiação para fora, expelindo o calor e impedindo que o material aqueça. O resultado é um cimento que não só impede a absorção de calor, como também ajuda a arrefecer a estrutura. O novo cimento foi testado em telhados expostos ao sol na Universidade Purdue, nos Estados Unidos. Os resultados foram impressionantes: a superfície revestida com o material ficou 5,4 °C mais fria do que o ar circundante e até 26 °C mais fria do que os telhados convencionais de cimento Portland. Tal significa que, além de reduzir a acumulação de calor, o cimento promove realmente um efeito de arrefecimento passivo. Outra característica distintiva é o processo de fabrico, que requer temperaturas mais baixas do que as utilizadas para o cimento comum, reduzindo o consumo de energia e o preço final. Estimativas indicam que a produção pode ser cerca de 5 dólares (316 meticais) por tonelada mais barata do que o cimento Portland, tornando a tecnologia competitiva e acessível para aplicação em larga escala, inclusive em países em desenvolvimento. Se aplicado em grande escala, o cimento reflectivo tem o potencial de transformar a indústria da construção civil, reduzindo a dependência do ar condicionado e diminuindo o consumo de electricidade. Combinada com tintas reflectivas e outras soluções arquitectónicas passivas, esta inovação pode representar um marco histórico na busca por edifícios mais sustentáveis em tempos de crise climática. Fonte: Gizmodo