A agenda verde “será, tal como a Inteligência Artificial, um dos grandes setores que irá gerar novos postos de trabalho”, além de combater o aquecimento global, adianta. Para Aghion, este objetivo pode ser alcançado com “uma mistura entre preços do carbono e taxas do carbono, por um lado, e uma política industrial verde, por outro. É um pouco como a cenoura e o cacete”. Dias antes de ser distinguido com o prémio Nobel da Economia, em conjunto com Peter Howitt e também com o historiador da economia Joel Mokyr, Philippe Aghion foi entrevistado, por videochamada, pelo presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Nuno Cunha Rodrigues, e pela administradora Ana Sofia Rodrigues. A entrevista vai ser exibida durante a VII Conferência de Lisboa sobre Direito e Economia da Concorrência, a decorrer hoje e sexta-feira no Centro de Congressos de Lisboa. Considerando que a Europa “fixou demasiados preços e demasiados impostos sobre o carbono, mas não fez o suficiente de política industrial verde”, Aghion contrapôs os exemplos dos EUA e da China, países que adotaram as medidas corretas e estão agora a fazer “muita inovação verde”. “Não devemos perder a corrida. Precisamos de competir com eles”, afirmou, defendendo que os dois instrumentos – preços e impostos e política industrial – devem estar sempre “lado a lado”. “O aquecimento global tem muito a ver com o crescimento, mas é claro que a minha conclusão não é no sentido de que devemos ter decrescimento, porque sabemos o que decrescimento significa para os países em desenvolvimento. Significa fome e pobreza”, concluiu. Philippe Aghion foi distinguido com o Prémio Nobel da Economia, em conjunto com o canadiano Peter Howitt, pela “teoria do crescimento sustentado através da destruição criativa”. É professor no Collège de France e no INSEAD, em Paris, e professor visitante na London School of Economics and Political Science (LSE), em Londres. Ocupou também cargos académicos de relevo na University College London (UCL), na Universidade de Oxford na Grã-Bretanha, no MIT e na Universidade de Harvard, nos EUA. Em França, foi um dos principais conselheiros económicos do Presidente Emmanuel Macron, na altura da sua primeira eleição. Leia Também: Ações da Pop Mart, fabricante das figuras Labubu, caem 10,8% em Hong Kong

Post a comment

Your email address will not be published.

Related Posts