No âmbito da Estratégia Nacional para a Economia Digital, o Governo nigeriano está a implementar sistemas baseados em Inteligência Artificial (IA) para modernizar a prestação de serviços, melhorar a cobrança de impostos e reforçar a gestão da identidade nacional. A IA está a ser integrada em instituições-chave, desde o Serviço Federal de Receitas Internas (FIRS) até à Comissão Nacional de Gestão de Identidade (NIMC), com o objectivo de melhorar a precisão, a eficiência e a detecção de fraudes. Segundo o site Further Africa, estas iniciativas fazem parte de um esforço mais amplo para digitalizar as operações governamentais, simplificar os serviços aos cidadãos e reforçar a mobilização de receitas internas. No sector fiscal, ferramentas preditivas de IA estão a ser utilizadas para detectar anomalias nos relatórios financeiros, colmatar lacunas de conformidade e identificar contribuintes não registados. De modo semelhante, os sistemas de verificação de identidade estão a ser melhorados através de algoritmos de aprendizagem automática, capazes de cruzar dados biométricos e demográficos em tempo real. O resultado é uma base de dados nacional mais coerente, que sustenta o planeamento do sector público, os programas de bem-estar e a inclusão financeira. Ao reduzir os processos manuais e o erro humano, a transição da Nigéria para a IA poderá cortar significativamente os custos administrativos, ao mesmo tempo que melhora a responsabilização. O Ministério das Comunicações, Inovação e Economia Digital enquadrou estas reformas no âmbito de uma estratégia nacional de “IA para a Governação”, alinhada com a ambição da Nigéria de se tornar a potência digital da África Ocidental. Parceiros internacionais de desenvolvimento, incluindo o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), manifestaram o seu apoio à agenda de governação digital da Nigéria, reconhecendo o seu potencial para combater a corrupção e ampliar o acesso aos serviços públicos. O equilíbrio das políticas Apesar do optimismo, persistem desafios. A protecção de dados, o enviesamento algorítmico e as lacunas nas competências digitais podem limitar a implementação total da IA no sector público. Os decisores políticos terão de encontrar um equilíbrio delicado entre inovação e privacidade, garantindo que a automatização complemente — e não substitua — a supervisão humana. Ainda assim, com um dos maiores ecossistemas tecnológicos de África e uma força laboral digital em rápido crescimento, a Nigéria está numa posição única para ser pioneira na governação apoiada por IA em larga escala. Se for bem-sucedida, o seu modelo poderá inspirar reformas semelhantes em todo o continente, provando que a tecnologia, quando utilizada de forma responsável, pode tornar-se a espinha dorsal de uma governação responsável e de um crescimento sustentável.
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