
Tensões crescentes entre EUA e China pressionam petróleo – Mercados num minuto
Novas restrições à Nvidia arrastam Europa e Ásia para o vermelho
A guerra comercial entre EUA e China não dá sinais de abrandar e os seus impactos continuam a ser sentidos nos mercados financeiros. Esta quarta-feira, as bolsas asiáticas encerraram em território negativo sob pressão das tecnológicas, depois de a administração Trump ter imposto novas sanções a exportações da Nvidia para a China.
O Hang Seng, com grande exposição ao setor, foi o mais afetado entre os principais índices asiáticos, ao cair 2,11%. A recuperação que se tinha assistido nas duas últimas sessões, em contraste com a grande volatilidade da semana passada, parece estar já no passado, numa altura em que o vaivém das tarifas continua a assustar os mercados.
“A medida é inquietante por duas razões”, começa por explicar Vishnu Varathan, analista do Mizuho Bank, à Bloomberg. “Em primeiro lugar, é prova da natureza instável das tarifas de Trump, uma vez que o Presidente dos EUA revogou as concessões anteriormente feitas à Nvidia. Em segundo lugar, sugere que a relação entre os EUA e a China é mais abusiva do que parece à superfície”, completa.
No resto da China, as perdas foram mais moderadas, com o Shanghai Composite e o CSI 300 a perderem ambos cerca de 0,6%. Estas quedas acontecem apesar de a segunda maior economia do mundo ter registado um melhor primeiro trimestre do que se antecipava. O PIB chinês cresceu 5,4% nos primeiros três meses do ano, apesar de a promessa de uma guerra comercial já ter sido bastante palpável nessa altura.
Nas restantes praças asiáticas, o pessimismo manteve-se. Pelo Japão, o Nikkei 225 caiu 0,3%, enquanto o mais abrangente Topix cedeu 1,1%. Por sua vez o sul-coreano Kospi perdeu 0,5%, enquanto o australiano S&P/ASX 200 conseguiu escapar a maré vermelha e avança 0,2%.
Pela Europa, os desenvolvimentos mais recentes em torno da guerra comercial também se estão a fazer sentir de forma negativa. Os futuros do Euro Stoxx 50 caem 1,4% no “pre-market”, com o setor tecnológico a mostrar especial debilidade, numa altura em que a holandesa ASML apresentou resultados ao mercado que ficaram abaixo das expectativas.