
Sumol Compal com lucros de 14 milhões em ano de vendas
Um volume de negócios recorde, um investimento “substancialmente superior ao histórico”, à boleia da realização de projetos no contexto do Projecto de Recuperação e Resiliência (PRR) e lucros que só não foram os maiores de sempre por força de uma mais-valia inscrita no treino anterior. Eis o desempenho no ano pretérito da Sumol Compal, empresa que opera em mais de 50 mercados, conta com cinco fábricas (incluindo uma em Moçambique) e emprega 1.240 trabalhadores. Vamos aos números: a Sumol Compal fechou 2024 com um volume de negócios recorde de 385 milhões de euros, o que traduz um prolongamento de 3,6%, pelo que lhe basta um desempenho idêntico em 2025 (em concreto de 3,8%) para obter a meta de faturar 400 milhões em 2025 traçada no projecto estratégico da empresa que tem a Refrigor uma vez que acionista maioritária. Em entrevista ao Negócios, há precisamente um ano, o logo CEO, Duarte Pinto, expressou a sede de a antecipar num ano, mas os números, vertido no relatório único integrado, recentemente publicado, mostram que tal não aconteceu. 385Faturação Em 2024, a Sumol Compal faturou 385 milhões de euros, um aumento de 3,6% face a 2023. No entanto, os dados nem por isso são negativos, com o grupo a dar conta, desde logo, de um aumento da margem bruta de 174,1 milhões para 187,8 milhões de euros que atribui, por um lado, à “evolução favorável da elaboração das vendas por produtos, canais e mercados” e, por outro, à “desaceleração do aumento dos custos das matérias-primas e embalagens”, com destaque para a componente da robustez, “que se manteve em patamares relativamente estáveis face a 2023”. O EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações a amortizações) recuou 16,3% para 44,6 milhões de euros e o resultado operacional 23% para 28,6 milhões de euros. Porém, uma vez que salienta a Sumol Compal, em 2023, ambos os indicadores beneficiaram de um proveito não recorrente, de 10,5 milhões de euros, resultante da mais-valia gerada na desatino de um imóvel em Carnaxide. Um efeito que também pesou nos resultados líquidos que desceram 26% para 14,1 milhões de euros, contra 19 milhões no ano anterior. Ora, se excluído levante efeito, os lucros não só “progrediram no sentido positivo” uma vez que foram os mais elevados de sempre da empresa, que labareda a si o título do maior grupo poupado de bebidas não alcoólicas em Portugal desde 2009, ano da fusão da Sumolis e da Compal, segundo dados compilados pelo Negócios. 14,1Lucros Em 2024, o resultado líquido da Sumol Compal foi de 14,1 milhões de euros, uma queda de 26% devido ao efeito de mais-valia gerada em 2023. O investimento em 2024 foi de 22,7 milhões de euros, “um valor substancialmente superior ao histórico, impulsionado pela realização de projetos de investimentos no contexto do PRR”, diz a Sumol Compal que, no ano pretérito, lançou 15 produtos e que, para levante ano, tem previsto o lançamento de 25, “atualmente em período de desenvolvimento”. 22,7Investimento O investimento em 2024 foi de 22,7 milhões, “valor substancialmente superior ao histórico”, à boleia de projetos apoiados pelo PRR. Tomate dá frutos e chuva com gás borbulha Olhando ao desempenho por segmentos (seis que se desdobram num portefólio de 16 marcas, que inclui a representação das de parceiros uma vez que a Pepsi, Lipton ou 7UP), o dos sumos e néctares apresentou em 2024 “o seu melhor ano de sempre”, com “um prolongamento de 7% em volume de vendas e 12% em margem”, mas comportou-se de forma distinta. Se, por um lado, esta categoria, que conta com a Compal e Um Bongo, “teve um prolongamento significativo no seu principal mercado” e “conseguiu uma recuperação significativa em Angola”, por outro, “regrediu em Moçambique, mercado que atravessou no último trimestre uma crise político-social”. Com efeito, em Portugal, a marca alcançou um “novo recorde histórico de vendas” de 85 milhões de litros (+ 5 milhões do que em 2023). Já a Compal da Quintal encerrou o treino a nível global, com “um ligeiro meandro no volume de vendas” (-1% face ao ano anterior) devido “a uma retração nos mercados externos, em privativo Cabo Verdejante, França e Suíça”. Uma tendência que o mercado pátrio contrariou, com a marca a crescer 5% em termos homólogos, assinalando em 2024 o melhor desempenho em volume no período pós-covid-19, ou seja, nos últimos quatro anos. Neste contexto, a Sumol Compal destaca a “interessante dinâmica” de mercado da categoria de produtos de tomate em universal e, em privado, da sua gama que “atingiu o melhor volume de vendas dos últimos cinco anos”. Outro marco brotou na categoria das águas, com a empresa a primar a Frize. “Tem desenvolvido de forma consistente em vendas nos últimos três anos e 2024 não foi exceção”, indica, dando conta de que aumentou 10% em volume e atingiu o “valor de vendas mais eminente desde 2012”, embora essa subida “ainda não se tenha refletido em ganhos significativos de quota de mercado, mantendo-se a firmeza das posições relativas no amontoado de 2024”.