
Retaliação chinesa atira Europa para o vermelho. Lisboa é exceção – Mercados num minuto
Dólar continua a afundar após China “carregar” nas tarifas
O dólar continua a afundar depois de ter sofrido o maior tombo em três anos como resultado do aumento de tarifas por parte da China sobre todos os produtos norte-americanos, como retaliação às impostas por Trump.
Esta sexta-feira, Pequim “subiu a parada” elevando as tarifas aos EUA para 125%.
Por esta hora, o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força da nota verde face aos principais concorrentes, caía 1,19% para 99,67 pontos.
O euro, por exemplo, valorizava 1,7% para 1,138 dólares, um nível que já não se via desde fevereiro de 2022.
O dólar escorregava para o nível mais baixo em dez anos face ao franco suíço e para mínimos de seis meses contra o iene japonês.
Nota ainda para a divisa chinesa que estava a recuperar do “tombo”, depois de na terça-feira o yuan “offshore” ter recuado até aos 0,1355 dólares, o seu valor mais baixo de sempre face à moeda norte-americana. Por esta hora, cedia ligeiramente, estando a negociar na faixa dos 0,1365 dólares.
Segundo Allan von Mehren, chefe analista do Danske Bank, a China vai provavelmente desafiar previsões em Wall Street de grandes desvalorizações do yuan contra o dólar. O especialista do banco dinamarquês antecipa um risco de declínio da divisa chinesa de até 5% nos próximos seis meses com o agravamento da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.
As autoridades chinesas estão a priorizar ambições no sentido de serem “uma âncora do mundo no meio de todo o caos e instabilidade”, em vez de utilizarem a moeda para rapidamente darem a volta às tarifas, observou à Bloomberg.
A agência financeira assinala que a visão de Allan von Mehren tem um traço mais conservador do que a daqueles que apontaram que Pequim poderia enfraquecer, de forma deliberada, sua moeda até 30% para compensar o impacto das tarifas que ameaçam colocar em risco o crescimento da segunda economia mundial.
“A probabilidade de uma desvalorização real é bastante pequena”, diz von Mehren, qualificando de “exageradas” as previsões que apontam para quedas abruptas.