Produtos da Cesta Básica Aumentam Até 130% em Três Meses em Xai-Xai • Diário Económico

Os preços dos produtos de primeira necessidade continuam a escalar nos mercados da cidade de Xai-Xai, província de Gaza, pelo terceiro mês consecutivo, com aumentos que, nalguns casos, ultrapassam os 130%. A Inspecção Nacional de Actividades Económicas (INAE) confirma a tendência e aponta os protestos populares e rupturas de stock como causas principais do agravamento.a d v e r t i s e m e n t

No mercado grossista da capital provincial, o impacto é evidente. O óleo alimentar, anteriormente vendido a 600 meticais, passou para 750. A cebola, que custava 400 meticais por saco de 19 quilos, subiu para 550. A batata reno, por sua vez, aumentou de 350 para 550 meticais. Já o tomate registou a subida mais acentuada: a caixa, que há três meses custava 1000 meticais, é agora comercializada a 2300 meticais — um aumento de 130%.

David Macamo, vendedor no mercado grossista, descreve a situação como alarmante. “Os consumidores estão sem alternativas. Todos os produtos essenciais tornaram-se mais caros”, afirmou. O caldo de cozinha também registou um acréscimo, passando de 165 para 200 meticais.

Para os comerciantes, o aumento dos preços não se traduz em maiores lucros. Melita Mubai, vendedeira há mais de uma década, afirma que a margem de lucro é quase inexistente. “Compramos a caixa de tomate a 2200 meticais e, depois de pagarmos o transporte desde Chókwè e as taxas municipais, ficamos com um lucro de apenas 50 ou 100 meticais”, lamenta.

Amélia Macamo, outra vendedeira, alerta para o risco de agravamento. “Se o cenário persistir, os preços vão subir ainda mais. A população está à beira do colapso alimentar.”

Do lado dos consumidores, o desespero é notório. Afra Mula, utente do mercado, afirma que os preços tornaram-se sufocantes. “Comprar uma caixa de tomate, cebola ou óleo é praticamente impossível. A vida está muito cara. A cidade enfrenta uma realidade cada vez mais sombria”, lamenta.

A responsável do mercado grossista de Xai-Xai, Alda Ngale, confirma que, desde Janeiro, os preços seguem uma trajectória ascendente, influenciada pelos custos de transporte, flutuações cambiais e escassez de produtos, sublinhando ainda que os vendedores acumulam prejuízos diários.

Já Raimundo Chiconela, chefe de operações da Delegação Provincial da INAE, atribui parte da crise à insegurança e às inundações que afectaram zonas de produção. “Regista-se uma subida significativa no preço do tomate, com uma variação média de 15 meticais. A farinha de trigo também encareceu, passando de 60 para 75 meticais, devido à falta de matéria-prima nas moageiras. O óleo alimentar aumentou mais de 100 meticais por unidade de 5 litros”, explicou.

Segundo Chiconela, o encerramento de várias unidades económicas devido à insegurança agravou ainda mais a escassez. Os mercados Grossista e Limpopo, que anteriormente recebiam cerca de três mil pessoas por dia, viram esse número baixar para metade nas últimas semanas.

Fonte: O Paísa d v e r t i s e m e n t

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