
Lagarde: “Sabemos qual é o nosso objetivo. E faremos o que for necessário para o conseguir” – Taxas de lucro
Com um mundo em mudança e um porvir incerto, Christine Lagarde garante que o Banco Meão Europeu (BCE) tudo fará para conseguir a meta de controlo da inflação. A francesa apresentou esta segunda-feira uma atualização da revisão da estratégica da domínio, no arranque do fórum anual em Sintra.
“Mesmo com o mundo a mudar à nossa volta, sabemos qual é o nosso objetivo. E faremos tudo o que for necessário para o concretizar – garantindo a firmeza dos preços para os cidadãos da Europa”, afirmou Lagarde, a sucessora de Mario Draghi que, em 2012, prometia também “tudo o for preciso” para preservar o euro.
Mais de uma dez depois, o cenário não é de colapso, mas é de elevada incerteza. “Esta é uma das primeiras conclusões importantes da nossa revisão estratégica: o porvir é mais incerto – e essa incerteza deverá tornar a inflação mais volátil”, indicou a presidente do BCE.
A domínio monetária considera que há “sinais claros” de que os choques de oferta estão a tornar-se mais frequentes, sendo que a estudo do “staff” de Frankfurt indica que, durante o recente aumento da inflação, esses choques tiveram um papel muito mais importante do que nas duas décadas anteriores.
O porvir é mais incerto – e essa incerteza deverá tornar a inflação mais volátil.
Christine Lagarde, presidente do BCE
Em segundo lugar, vê evidências crescentes de que perturbações mais regulares na oferta estão a levar as empresas a ajustar os preços com maior frequência – contribuindo assim para uma maior volatilidade da inflação. E em terceiro lugar, o BCE adverte que, se a inflação se tornar mais volátil, poderá ter não linearidades em ambos os lados.
“A próxima questão que se coloca é: se o envolvente parcimonioso se tornar mais volátil, porquê podemos tornar a nossa avaliação económica mais robusta?”, refere Lagarde, dizendo que “num mundo de maior incerteza, é ainda mais importante complementar o cenário de base com cenários de risco alternativos”.
“É por isso que a segunda peroração fundamental da nossa avaliação é a urgência de a política monetária ter em conta os riscos e a incerteza, utilizando uma abordagem sistemática, mas específica ao contexto”, explica.
O BCE utiliza há anos tanto a estudo de cenários porquê a estudo de sensibilidade, recorrendo a cenários internos desde a crise financeira mundial e tendo-os publicado pela primeira vez durante a pandemia. Mas conclui agora que a estudo de cenários é principalmente relevante em tempos de elevada incerteza e exemplifica com a invasão da Ucrânia pela Rússia, muito porquê com o ritmo de vacinação contra a covid-19.
A nossa estratégia de política monetária também se encontra num bom ponto – reforçada pela experiência e mais muito preparada para os desafios do porvir.
Christine Lagarde, presidente do BCE
“Portanto, qual deve ser a nossa reação, se sabemos que o caminho primeiro provavelmente será mais incerto?”, questionou ainda, apontando para a última revisão da estratégia, em 2021, quando abandonou uma meta de inflação “próxima, mas inferior de 2%” em detrimento de uma meta em torno de 2% – uma simetria que é agora reafirmada na atualização feita esta segunda-feira.
O documento acrescenta que o principal instrumento de política monetária é o conjunto de taxas de lucro diretoras do BCE. Porém, os decisores poderão também infligir outros instrumentos, quando as taxas diretoras estão próximo do limite subordinado ou para preservar o bom funcionamento da transmissão da política monetária. Esses instrumentos incluem operações de refinanciamento de prazo alargado, compras de ativos, taxas de lucro negativas e indicações sobre a orientação futura da política monetária (“forward guidance”).
“Na nossa última conferência de prensa sobre política monetária, em junho, descrevi a nossa postura em material de política monetária porquê estando ‘numa boa posição’. Na sequência da peroração desta avaliação da estratégia, acrescentaria que a nossa estratégia de política monetária também se encontra num bom ponto – reforçada pela experiência e mais muito preparada para os desafios do porvir”, acrescentou Lagarde.
A presidente do BCE falava no jantar que marca o início solene do fórum, que decorre pelo 11º ano em Sintra. Um dos momentos altos acontecerá esta terça-feira quando Lagarde se juntar, num tela de banqueiros centrais, ao presidente da Suplente Federalista dos EUA, Jerome Powell, muito porquê ao governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, ao governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, e ao governador do Banco da Coreia, Chang Yong Rhee.