
Humanidade e compaixão. As reações à morte do Papa Francisco – Economia
As reações à morte do Papa Francisco estão a multiplicar-se à medida que o mundo acorda. Tristeza na partida e rasgados elogios à pessoa de Jorge Mario Bergoglio estão a surgir aos poucos.
“Inspirou milhões, muito além da Igreja Católica, com a sua humildade e amor tão puro pelos menos fortunados. Os meus pensamentos estão para aqueles que sentem esta perda profunda”, escreve a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa mensagem partilhada no X, partilhando uma fotografia dos dois.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, lamenta a morte do Papa, sustentanto que este “demonstrava profunda compaixão”, principalmente com “grandes desafios globais do nosso tempo – migração, alterações climáticas, desigualdade e paz – bem como as lutas do quotidiano”
Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, lamentou a partida de “um grande homem e um grande pastor”. Em comunicado, Meloni agradece ter tido o privilégio de usufruir “dos seus conselhos, amizade e ensinamentos”.
O primeiro-ministro português afirma que o Papa Francisco “deixa um singular legado de humanismo, empatia e compaixão”, lembrando a presença do Pontífice em Portugal aquando do centenário de Nossa Senhora de Fátima e da Jornada Mundial da Juventude.
Também o líder do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, fez questão de deixar uma mensagem à pessoa que liderava a Igreja Católica. “O Papa Francisco foi uma voz corajosa em defesa da justiça social, da dignidade humana e da paz” e a sua “liderança espiritual transcendeu fronteiras religiosas e políticas”.
“Foi um líder conciliador de todos e dos novos tempos, e um homem inspirador, um humanista, que não tinha medo das palavras em defesa dos ideais humanos e de amor e fraternidade”, escreve Miguel Pinto Luz na rede social LinkedIn. Na missiva, relembra que esteve por duas vezes com o Papa Francisco, o ministro das Infraestruturas e Habitação, e que deu a “chave de Cascais” a Bregoglio no âmbito de uma visita ao Vaticano: “Isso já não se usa. O que se entrega agora é a chave do cofre”, relembra Pinto Luz, evidenciando o sentido de humor do Papa.
Francisco foi um Papa extraordinário, que deixa um singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas.As suas visitas a Portugal, no Centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima e na Jornada Mundial da Juventude, marcaram o nosso país e geraram uma… pic.twitter.com/hYkZiLhUET
— Luís Montenegro (@LMontenegro_PT) April 21, 2025
Ainda em Portugal, D. Manuel Clemente disse à Rádio Renascença que a vida do Papa Francisco foi “muito evangélica” e teve o privilégio “de privar alguma coisa com ele”. “Foi sempre uma palavra de incentivo, uma palavra de coragem, para que o Evangelho passe daquelas páginas (…) para a vida concreta”.
O Patriarcado de Lisboa, pela voz de D. Rui Valério, assegura que os gestos do Papa Francisco “permanencem na nossa memória. “Elevamos a Deus um hino de gratidão por estes anos em que a Igreja foi pastoreada pelo seu esmero e dedicação incansáveis”.
Já Emmanuel Macron, presidente francês, elogiou a sua resiliência e amor ao próximo. “O Papa Francisco posicionou-se sempre ao lado dos mais vulneráveis e frágeis, e fê-lo com muita humildade. Em tempos de guerra e brutalidade, tinha um senso de proteção ao próximo”, escreveu.
Europe mourns the passing of His Holiness Pope Francis.His contagious smile captured millions of people’s hearts across the globe.‘The People’s Pope’ will be remembered for his love for life, hope for peace, compassion for equality & social justice.May he rest in peace pic.twitter.com/LsqYREynVP
— Roberta Metsola (@EP_President) April 21, 2025
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, fez questão de deixar uma mensagem à Igreja Católica, lembrando o legado do Papa. “Será sempre lembrado como um farol de compaixão, humildade e coragem espiritual por milhões de pessoas em todo o mundo”.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, aponta que o Papa Francisco “será lembrado pelo seu compromisso incansável com os mais frágeis da sociedade, pela justiça e pela reconciliação”. “O primeiro latino-americano na Santa Sé tocou pessoas em todo o mundo e além fronteiras”, acrescentou Merz.
O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, foi um dos últimos chefes de Estado a estar na presença do Pontífice. “Fiquei feliz por o ver ontem [domingo], embora estivesse muito doente. Vou lembrar-me dele pela homilia que fez nos primeiros dias da pandemia”.
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, deixou elogios ao “sorriso contagioso” do Papa Francisco, vincando que este será relembrado como “o Papa do povo” e pelo “seu amor à vida, esperança por paz, compaixão por igualdade e justiça social”.
O presidente ucraniano também aproveitou para deixar algumas palavras de apreço ao Papa. “Sabia dar esperança, aliviar o sofrimento através das preces e promover a união”.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, emitiu um comunicado onde aborda o legado deixado por Bergoglio ao longo de 12 anos à frente da Igreja Católica. “A sua liderança num tempo complexo e desafiante para o mundo e igreja foi frequentemente corajoso, mas veio sempre de um sítio de humildade”.
A família real britânica aproveitou para emitir um comunicado a lamentar o desaparecimento do Papa Francisco. “Sua Santidade será sempre relembrado pela sua compaixão, a sua preocupação pela união da Igreja e o compromisso incansável para as causas comuns de todas as pessoas de fé”.
Páscoa com mensagem especial
“Buona Pasqua”. Foram milhares as pessoas que se reuniram na Cidade do Vaticano para assistir à mensagem da Páscoa do Papa Francisco, naquela que seria a sua última.
Esta foi uma das raras aparições públicas dos últimos meses, depois de ter estado internado e com um prognóstico reservado por causa de uma grave pneunomia.
O Papa Francisco desejou apenas uma boa Páscoa aos fiéis que se encontravam na Basílica de São Pedro, diretamente da varanda. Posteriormente, pediu ao mestre de cerimónia para ler a mensagem que tinha escrito. No fim, e quase em jeito de despedida do povo, percorreu o recinto no papamóvel.
Fotografias e vídeos têm enchido as redes sociais, mas um dos mais partilhados esta manhã tem sido a da benção “Urbi et Orbi”, em que o Papa cruza a Praça de São Pedro sozinho, em 2020, durante o início da pandemia.
Este é um dos momentos do Papa Francisco que ficará em minha memória. Ele cruzou a praça São Pedro vazia durante a pandemia pra poder fazer as orações. A chuva caia e o silêncio ensurdecedor dispensava palavras do momento que vivíamos. Vá com Deus, papa!pic.twitter.com/5YHd8OlsHH
— Vinicios Betiol (@vinicios_betiol) April 21, 2025