Greve dos maquinistas cancela 36,6% dos comboios até ao meio-dia – Empresas
A greve dos maquinistas levou, até ao meio-dia, à supressão da circulação de 36,6% de comboios, maioritariamente uma vez que revérbero da paralisação de sexta-feira, registando-se uma gradual normalização, já que a greve de hoje incide unicamente sobre o trabalho suplementar.
O Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) convocou uma greve entre leste sábado e quarta-feira, abrangendo unicamente o trabalho suplementar, incluindo o trabalho em dia de folga semanal, depois de ter estado, juntamente com outros sindicatos do setor, em greve totalidade, sem serviços mínimos, entre quarta-feira e sexta-feira (7 e 9 de maio), o que resultou na paragem totalidade da circulação.
Segundo os dados da CP, no balanço mais recente, do totalidade de 339 comboios programados entre as 00:00 e as 12:00, foram suprimidos 124 (36,6%), mas destes, mais de metade (77) foram-no até às 08:00. Desde logo, até ao meio-dia, o número de supressões baixou para 47.
O longo curso, que foi a curso mais afetada, e que viu suprimidos nove dos 10 comboios previstos para o período entre as 00:00 e as 08:00, começa a regularizar, com a realização de sete viagens, das 13 programadas entre as 08:00 e as 12:00.
Neste mesmo período, a circulação de comboios urbanos de Lisboa, já estava normalizada, tendo-se realizado as 72 viagens previstas.
Leste balanço atualizado dá ainda conta de que entre as 08:00 e as 12:00 estavam programados 53 comboios regionais, dos quais foram suprimidos 27, ao passo que entre os urbanos, se registou a supressão de 12 dos 42 do Porto, e de dois dos seis de Coimbra.
O presidente do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ), António Domingues, explicou à Lusa que “estas supressões são ainda revérbero da greve de ontem [sexta-feira]”, e que a CP irá repondo ao longo do dia “à medida que os trabalhadores se vão apresentando”.
“Um trabalhador deveria ter-se apresentado ontem [sexta-feira] para uma viagem até Faro e não se apresentou, por exemplo. Hoje, não estava em Faro para fazer o volta”, explicou, acrescentando que as supressões tendem a diminuir ao longo do dia até se tornarem pontuais, porque a greve abrange unicamente o trabalho suplementar.
O SMAQ exige o cumprimento do tratado conseguido em 24 de abril entre a governo da CP e os sindicatos, considerando que “o Governo não pode querer os méritos da negociação e depois fugir às suas responsabilidades na emprego”.
A partir de domingo começa uma novidade paralisação, também até quarta-feira, do Sindicato Ferroviário da Revisão Mercantil Itinerante (SFRCI), dos revisores e trabalhadores de bilheteiras.
Esta greve é parcial, decorrendo entre as 05:00 as 8:30 de segunda-feira e terça-feira, sendo que no domingo e na quarta-feira a greve só afeta os comboios de longo curso de forma residual, segundo aquele sindicato.