Governo Anuncia Auditoria Judiciario às Contas Dos Últimos Dez Anos • Quotidiano Parcimonioso
O Executivo anunciou nesta quarta-feira, 7 de Maio, que vai continuar com uma auditoria judiciario às contas da empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) referentes aos últimos dez anos. Segundo uma manancial citada pela Lusa, o processo será concluído em menos de seis meses.
“O Governo vai solicitar uma auditoria judiciario às contas da LAM dos últimos dez anos e continuar com a reorganização da empresa. Garantimos que até Outubro o processo estará feito”, revelou.
A manancial admitiu ainda que será necessário, também, “reduzir o número de trabalhadores” da companhia aérea, dos actuais tapume de 800, em consequência da frota reduzida de somente quatro aeronaves.
Recentemente, o Governo revelou que contratou um consultor que será responsável por escoltar a compra das acções da Linhas Aéreas de Moçambique, uma vez que, em Fevereiro, se anunciou a demência de 91% das acções do Estado da companhia através de negociação privado.
A Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), a Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) e a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) foram autorizadas a adquirirem a participação estatal na transportadora. O valor estimado a ser arrecadado com a venda das acções do Estado (tapume de 130 milhões de dólares, 8,3 milénio milhões de meticais) será talhado à obtenção de oito novas aeronaves e à reorganização da empresa.

Há vários anos que a LAM enfrenta problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à deficiente manutenção das aeronaves.
Dados apontam que, só em 2021, a LAM registou um prejuízo de mais de 1,4 milénio milhões de meticais (21,7 milhões de dólares), em 2022 com 448,6 milhões de meticais (6,9 milhões de dólares), em 2023 com 3,9 milénio milhões de meticais (60,5 milhões de dólares) e em 2024 com registo de 2,2 milénio milhões de meticais (34,1 milhões de dólares).
Nesta segunda-feira (28), o Presidente da República, Daniel Chapo, afirmou que há “raposas e corruptos” dentro da empresa Linhas Aéreas de Moçambique, que possuem “conflitos de interesse” e que impediram a reorganização da companhia de conformidade com o previsto no projecto dos primeiros 100 dias de governação.
“Uma das acções de impacto que havíamos previsto para estes 100 dias era a obtenção de três aeronaves para a LAM. Entretanto, descobrimos que interessa a algumas pessoas que a transportadora continue a alugar aviões, porque assim haverá quem ganhe comissões”, detalhou o dirigente do Estado.
Será necessário “reduzir o número de trabalhadores” da companhia aérea, dos actuais tapume de 800, em consequência da frota reduzida de somente quatro aeronaves
O Ministério Público (MP) já abriu um processo para investigar a contratação da sul-africana Fly Modern Ark (FMA), que tinha uma vez que missão reformar a Linhas Aéreas de Moçambique que apresenta, há anos, uma situação financeira sátira.
Em Abril de 2023, quando a Fly Modern Ark assumiu a gestão da companhia (das quais contrato findou em Setembro de 2024), reconheceu que a mesma tinha uma dívida estimada de 300 milhões de dólares e, ao longo dos trabalhos realizados, a entidade sul-africana denunciou esquemas de meandro de moeda na LAM, com prejuízos de mais de 3 milhões de dólares, em lojas de venda de bilhetes, através de máquinas dos terminais de pagamento automático (TPA/POS) que não eram da companhia.