
Dormidas voltam a recuar em março. Algarve é a região mais afetada – Turismo & Lazer
O setor do alojamento turístico continua em queda. Depois de até ter arrancado o ano com um aumento no número de dormidas, fevereiro e março foram meses de desaceleração. Neste último, tanto o número de hóspedes como o número de dormidas caíram, com o país a registar 2,3 milhões de hóspedes e 5,6 milhões de dormidas – uma evolução homóloga de -0,1% e -3%, respetivamente. Ao todo, foram alcançados 406,9 milhões de euros de proveitos.
De acordo com dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os mercados externos foram os principais responsáveis por esta quebra. O número de dormidas de residentes até aumentou 2,4% face a março do ano passado, alcançando os 1,7 milhões, mas não foi o suficiente para compensar as perdas de 5,2% nas dormidas de não residentes.
O INE explica que “estes resultados foram influenciados pela estrutura móvel do calendário”. Ou seja, o período de férias associado à Páscoa ocorreu, este ano, em abril, quando em 2024 se concentrou, essencialmente, em março. No entanto, este mês beneficiou do período de férias do Carnaval, algo que não tinha acontecido o ano passado.
O pódio dos principais mercados emissores manteve-se inalterado, com os 10 maiores países a representarem quase 74% do total de dormidas de não residentes. Em março, o mercado britânico manteve a liderança, apesar de até ter registado um decréscimo de 4,6%. Ainda no pódio encontram-se a Alemanha (-7,5%) e os EUA, que contrariaram a tendência de queda dos maiores mercados ao registarem um crescimento de 0,5%.
No entanto, o maior salto foi dado pelo mercado polaco, com o número de dormidas de não residentes originários deste país a dispararem 35,9%. Por sua vez, as dormidas do mercado espanhol foram as que mais caíram, deslizando 37%, quando comparado com o mesmo mês do ano passado.
A nível interno, as regiões registaram evoluções distintas nas dormidas. Os maiores aumentos foram observados nos Açores (6%) e na Península de Setúbal (3,6%). Por sua vez, o Algarve registou o maior decréscimo no número de dormidas, com este indicador a cair 8,7%, seguindo-se o Oeste e Vale do Tejo (-5,2%).
O setor do alojamento turístico algarvio foi, essencialmente, penalizado por uma quebra na procura por parte do mercado interno. As dormidas de residentes nesta região caíram 16% em março, tendo-se observado diminuições também no Oeste e Vale do Tejo e no Alentejo (-1,0% em ambas).