CFP revê crescimento para 2025 em baixa e espera desaceleração nos próximos dois anos – Finanças Públicas

Além de rever em forte baixa as projeções orçamentais para os próximos anos, esperando um retorno aos défices públicos a partir do próximo ano, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) está agora também mais pessimista quanto ao desempenho da economia, baixando nesta quinta-feira as previsões de crescimento económico para 2025 e 2026.

Para este ano, o CFP antecipa agora uma subida do PIB em 2,2%, num corte de duas décimas face às expectativas do organismo em setembro. Já para 2026 é prevista agora alguma desaceleração, para 2% de crescimento, numa revisão em baixa de uma décima.

Mantêm-se, por outro lado, as perspetivas de uma desaceleração continuada da economia já sinalizada há seis meses pelo organismo, com previsão de subida do PIB em apenas 1,6% em 2027, em resultado de uma forte quebra no investimento público com o termo do prazo para a execução do PRR. Para os anos seguintes, 2028 e 2029, a economia acelerará apenas ligeiramente, crescendo abaixo de 2% (1,8% nos dois anos).

A descida de perspetivas acontece ainda sem que o organismo esteja a pesar eventuais impactos da nova ronda de tarifas anunciada pela Administração de Donald Trump no início deste mês, com a entidade liderada por Nazaré Costa Cabral a admitir que o desencadear de uma guerra comercial coloca as previsões agora apresentadas sob forte incerteza, apesar do reduzido grau de exposição da economia portuguesa aos EUA e da relativa proteção de que goza no enquadramento europeu, onde tem os seus principais mercados.

Apesar de reconhecer a forte volatilidade no cenário económico e geopolítico mundial, as expetativas de crescimento mais reduzidas decorrem afinal da mais recente revisão dos dados das contas nacionais do INE, com mudanças nos resultados de consumo e investimento na primeira metade do ano passado que influenciam agora o crescimento que pode ser projetado neste ano, segundo detalha o CFP.

Nas projeções do Conselho, este efeito acaba por anular o impacto mais positivo do crescimento económico observado no quarto trimestre do ano passado (1,5% em cadeia), com um efeito de arrastamento para este ano de 1,4% do PIB. Ou seja, a base mais elevada do PIB no final de 2024 assegura, em caso de não haver contração, que a economia tem uma expansão anual mínima de 1,4%, mesmo num cenário sem novos ganhos trimestrais no crescimento. Foi com esse efeito de “carry-over” que o ainda ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, contou para admitir recentemente que a economia possa crescer até 2,5% neste ano.

(Em atualização)

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