Caxemira entre duas potências nucleares. O que reacendeu o conflito entre Índia e Paquistão? – Ásia

Tudo começou a 22 de abril quando homens armados mataram a tiro 26 pessoas, a maioria turistas, em Pahalgam, na zona da Caxemira administrada pela Índia. O país atribuiu culpas ao Paquistão que negou categoricamente o envolvimento no atentado. 

A 6 de maio, em retaliação, a Índia lançou vários ataques a alvos no Paquistão, incluindo no território disputado de Caxemira, nos quais morreram pelo menos 31 pessoas. 

Depois do atentado de abril, a Índia anunciou a redução das relações diplomáticas, a suspensão do Tratado sobre as Águas do Indo, de 1960, que regula a partilha da chuva do rio Indo e dos afluentes, e suspendeu vistos emitidos a cidadãos paquistaneses.

Na resposta, o Paquistão cancelou os vistos para os cidadãos indianos, suspendeu todas as trocas comerciais com a Índia e fechou o espaço distraído aos aviões do país vizinho. 

A troca de acusações e a violência tem subido de tom, tal porquê o número de vítimas, o que preocupa a comunidade internacional, tendo em conta que ambos os países têm armas nucleares. China e Reino Uno já ofereceram mediação, enquanto a União Europeia, a ONU, Rússia, Estados Unidos e França apelaram à moderação. 
 

Qual a origem do conflito? 

Caxemira é uma região situada na base dos Himalaias e é disputada desde 1947, ano em foram criados os Estados da Índia e do Paquistão, depois do término do domínio colonial da Grã-Bretanha. Cada país administra uma secção do território que é dividido por uma das fronteiras mais militarizadas do mundo, mas ambos reivindicam a totalidade. Do lado do Paquistão vivem 4 milhões de pessoas, do outro lado habitam 13 milhões. A maioria da população é muçulmana. Há ainda a leste uma secção controlada pela China, com pouca população. 
 
A primeira guerra pelo território aconteceu logo em 1947, quando o marajá de Caxemira procurou primeiro a independência mas, mais tarde, acabaria por se juntar à Índia. O conflito prolongou-se durante dois anos até à mediação das Nações Unidas que estabeleceram uma risco de cessar-fogo, denominada Traço de Controlo, deixando ambos os países com o controlo de uma secção do território. 

Em 1965, as forças militares paquistanesas voltaram a entrar na superfície sob gestão indiana e durante alguns meses os dois países combateram em Caxemira e ao longo da fronteira partilhada. A segunda guerra indo-paquistanesa terminou num impasse e, mais uma vez, houve um parar queima supervisionado pela ONU. 
 
Desde portanto, o conflito esteve sempre latente, com momentos mais ou menos acesos, com os grupos rebeldes armados na região a querer unir o território sob domínio paquistanês ou a tutelar até a independência de Caxemira. 

De conflito armado a conflito nuclear? 

Tanto a Índia porquê o Paquistão detêm armas nucleares e forças armadas poderosas. Em 1974, a Índia foi a primeira a fazer ensaios nucleares. Seguiu-se outro em 1998. O Paquistão fez o mesmo pouco tempo depois. 

Os dois países têm arsenais nucleares semelhantes e nenhum aderiu ao Tratado da ONU para a Não-Proliferação de Armas Nucleares. Outrossim, ambos têm investido em sistemas de lançamento de mísseis e aviões de combate. 

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já veio manifestar preocupação com o verosímil exacerbar do conflito, dizendo que “o mundo não pode permitir um conflito militar entre a Índia e o Paquistão”.

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