
Apagão não deve criar dificuldades de crédito a operadores de energia ibéricos, diz DBRS – Mercados
O apagão ibérico da última segunda-feira não deverá ter implicações nos custos de financiamento dos operadores envolvidos na geração e distribuição de eletricidade em Portugal e Espanha, mas o episódio que deixou cerca de 60 milhões de pessoas sem acesso à generalidade de serviços e atividades dependentes do consumo de eletricidade, lançando os dois países no caos, irá implicar reforço de investimentos planeados, já elevados devido às necessidades de transição energética.
Numa nota de análise publicada nesta quarta-feira, a agência canadiana de notação de crédito DBRS escreve que não é esperado que “o apagão ibérico, potencialmente resultado de oscilações meteorológicas, tenha impacto material de crédito nas companhias de distribuição de eletricidade e empresas de geração de energia de Espanha, Portugal, ou outras sob regulação europeia”.
“Contudo, notamos que a falha de energia enfatiza a importância de uma rede elétrica confiável e estável para o funcionamento adequado de uma economia desenvolvida. Além disso, a importância de energia confiável será ainda maior no curso da atual transição energética à medida que mais serviços essenciais, tais como transporte e aquecimento, forem convertidos para eletricidade”, escreve a agência de ‘rating’.
Segundo a DBRS, é de esperar que, após a investigação das causas do incidente, sejam identificadas as melhorias necessárias à atualização das redes de transmissão de eletricidade da Península Ibérica para garantir a segurança, sendo de esperar que os operadores que atuam no setor aprovem mais projetos de investimento.
“Estes projetos vão somar-se ao elevado capital já necessário para aumentar a capacidade de rede para as estratégias de descarbonização e para aumentar a capacidade de geração com renováveis”, escreve. “Ainda que os esforços para aumentar a estabilidade de rede deem com probabilidade oportunidade para que os operadores na distribuição e transmissão de eletricidade aumentarem as bases tarifárias, acreditamos que os benefícios serão pequenos por comparação com o investimento global necessário”, junta.