Agricultura de Panda Resiste ao El Niño Com Soluções Locais • Diário Económico

O distrito de Panda, situado no “coração” da província de Inhambane, outrora reconhecido como o celeiro da região, enfrenta hoje os severos efeitos do fenómeno El Niño com resiliência e inovação. As temperaturas mais elevadas e a irregularidade das chuvas alteraram profundamente o cenário agrícola e social, levando as comunidades locais a adoptarem estratégias inovadoras para assegurar a subsistência.

Segundo relatórios da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a época agrícola de 2023-24 foi marcada por uma acentuada redução das chuvas, afectando centenas de milhares de famílias rurais em todo o País. Em Panda, apesar da proximidade do rio Inhassune, a seca severa comprometeu gravemente a actividade agrícola.

“Antes, mesmo com o rio ao lado, a água passava sem ser aproveitada. Nos períodos sem chuva, o rio secava, e ficávamos sem irrigação para as machambas, sem água para beber ou para o gado”, relatou um agricultor local.

Para mitigar estes desafios, foi construída uma barreira de contenção no rio Inhassune — uma infra-estrutura simples, mas de grande impacto. “Desde que ergueram o muro de contenção, a situação melhorou muito. Agora conseguimos armazenar água e produzir ao longo de todo o ano. Antes tínhamos medo do futuro, agora temos esperança”, testemunhou o agricultor, mostrando as suas machambas verdes e produtivas.

A intervenção não só assegurou a irrigação constante das machambas, como também garantiu o abeberamento do gado e o acesso a água potável para as comunidades. A iniciativa é exemplo de como soluções locais, de baixo custo, podem fazer a diferença na luta contra as alterações climáticas.

Enquanto comunidades próximas do rio beneficiam directamente da nova infra-estrutura, outras, mais afastadas, adaptaram-se apostando em culturas resilientes e de rendimento, como o caju. Uma agricultora local, recentemente envolvida na produção de caju, partilhou a sua experiência:

“Decidi investir no caju porque vi um produtor da minha zona melhorar muito a vida. Recebi mudas de cajueiro e hoje tenho uma machamba cheia de esperança. Sei que é um trabalho de paciência, mas acredito que será a garantia do futuro para mim e para os meus filhos”, declarou, emocionada.

O esforço local tem sido reforçado pelo apoio do Governo e de parceiros humanitários. Durante uma visita ao distrito, o vice-presidente do Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres (INGD), Belém Monteiro, sublinhou a importância de se investir em soluções sustentáveis e na autonomia das comunidades.

“O nosso objectivo é reduzir a dependência da ajuda externa. Aqui em Panda, comprovámos que pequenos investimentos, como a construção da barreira no Inhassune e a promoção de culturas resistentes à seca, podem transformar vidas”, afirmou Monteiro.

O responsável do INGD acrescentou que as acções antecipadas implementadas em Panda contribuíram para mitigar os impactos do El Niño, que, embora severos, não atingiram os níveis críticos inicialmente previstos.

Fonte: O Paísa d v e r t i s e m e n t

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