
Rubio sem “dúvida” de que Cuba é Estado patrocinador de terrorismo
O senador norte-americano Marco Rubio, nomeado por Donald Trump para secretário de Estado, afirmou, esta quarta-feira, não ter “qualquer dúvida” de que Cuba é um país que promove o terrorismo.
Durante a audiência de confirmação perante o Senado, Rubio alertou que poderá ser revertida pela próxima administração a decisão tomada na terça-feira pela administração cessante de Joe Biden – de retirar a ilha da lista de países que promovem actividades terroristas.
“Sem qualquer dúvida que [Cuba] cumpre todos os requisitos para ser considerado um Estado patrocinador do terrorismo”, afirmou Rubio, filho de exilados cubanos.
O senador da Florida, de 53 anos, e nomeado para liderar a diplomacia norte-americana em substituição de Antony Blinken, sustentou que o Governo cubano tem apoiado a extinta guerrilha colombiana FARC, assim como os grupos Hamas e Hezbollah.
Denunciou ainda que a ilha acolhe “estações de espionagem” de países terceiros rivais dos Estados Unidos, além de ter “fortes laços” com o Irão e de acolher fugitivos da justiça norte-americana.Rubio não confirmou se o novo Governo vai recolocar Cuba na lista dos países que promovem o terrorismo, advogando que é uma decisão que cabe ao Presidente eleito, Donald Trump, mas deu a entender que é um assunto que está sobre a mesa.
“Só quero lembrar a todos que este acordo com Cuba que acabou de ser finalizado nas últimas 12 horas não é irreversível, nem vinculativo para a nova administração”, frisou.
Biden retirou Cuba da lista de países que promovem o terrorismo na terça-feira, em troca da libertação de mais de 500 prisioneiros pelo Governo cubano num processo mediado pelo Vaticano.A inclusão de Cuba na lista, em Janeiro de 2021, foi uma das últimas decisões que o republicano Donald Trump tomou antes de deixar o poder no seu primeiro mandato.
Os Estados Unidos justificaram então a medida referindo-se à presença na ilha de membros da guerrilha colombiana do Exército de Libertação Nacional (ELN), que se deslocaram a Havana para iniciar negociações de paz com o Governo da Colômbia.
Esta designação implica a proibição de negócios de armas com aquele país, um maior controlo das suas exportações, restrições à ajuda externa, maiores exigências de vistos e diversas sanções económicas.
Cuba fazia parte da lista desde 1982, mas saiu em 2015, durante a etapa de reaproximação promovida pelo então Presidente norte-americano Barack Obama (2009-2017) e travada por Trump, que durante o seu mandato redobrou as sanções a Havana.
Com perfil mais consensual, Marco Rubio teve uma audição menos agitada do que a do colega designado para secretário da Defesa, Pete Hegseth, na terça-feira.
Este veterano e ex-apresentador da Fox News foi criticado por senadores democratas do Comité da Defesa, que o atacaram pelo seu historial, que envolve acusações de agressão sexual, mas também pela sua oposição à presença de mulheres nas forças de combate norte-americanas e ao seu alegado abuso de álcool.
Nos Estados Unidos, a Constituição exige que as nomeações de altos funcionários sejam confirmadas por votação no Senado, após audição na comissão responsável pelo cargo em questão. (RM /NMinuto)