
PR Português Recebe Convite de Filipe Nyusi Para a Posse e Carta de Venâncio Mondlane • Diário Económico
a d v e r t i s e m e n ta d v e r t i s e m e n t
O chefe de Estado português anunciou esta quarta-feira, 8 de Janeiro, ter recebido uma carta do Presidente da República, Filipe Nyusi, a convidá-lo para a posse do seu sucessor, e outra de Venâncio Mondlane, a informá-lo do seu regresso ao País.
Segundo a agência Lusa, Marcelo Rebelo de Sousa divulgou a recepção das duas cartas numa nota publicada na página oficial da Presidência da República na Internet.
“O chefe de Estado recebeu ontem (terça-feira) uma carta do Presidente cessante de Moçambique, convidando para a cerimónia de tomada de posse do seu sucessor. Recebeu também hoje (8) uma carta do candidato presidencial Venâncio Mondlane, informando que irá regressar amanhã (quinta-feira) a Maputo”, lê-se na nota.
Na sexta-feira passada, Marcelo Rebelo de Sousa foi interrogado pelos jornalistas se tencionava ir à posse de Daniel Chapo como Presidente da República, marcada para 15 de Janeiro, e não respondeu, na altura, a essa pergunta.
Questionado se já tinha felicitado o proclamado Presidente eleito, o chefe de Estado português realçou a posição que assumiu em comunicado no dia 23 de Dezembro: “Tomei devida nota dos resultados e incentivei ao diálogo.”
A data da posse do novo Presidente foi fixada no dia 2 de Janeiro pelo Conselho Constitucional, depois de em 23 de Dezembro ter proclamado Daniel Chapo como vencedor das contestadas eleições de 9 de Outubro.
Segundo o Conselho Constitucional (CC), o candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) – partido no poder desde a independência do País – venceu com 65,17% dos votos a eleição para Presidente da República.
Perante os resultados, o chefe de Estado português fez publicar, nesse mesmo dia, uma nota referindo ter tomado “conhecimento dos candidatos e da força política declarados formalmente vencedores por aquele órgão”, mas na qual não menciona Daniel Chapo nem faz a habitual saudação ao proclamado Presidente eleito.
Na nota, Rebelo de Sousa antes “saúda a intenção já manifestada de entendimento nacional e sublinha a importância do diálogo democrático entre todas as forças políticas, que deve constituir a base de resolução dos diferendos, no quadro e no reconhecimento das novas realidades na sociedade moçambicana e do respeito pela vontade popular.”
Nas eleições gerais de 9 de Outubro, os cidadãos nacionais votaram para a Assembleia da República e elegeram as assembleias e governadores provinciais e o Presidente da República.
O processo eleitoral foi criticado por observadores internacionais, que apontaram várias irregularidades, e gerou violência e protestos nas ruas.
Os protestos foram convocados por Venâncio Mondlane, candidato a Presidente, que reclamou vitória, tendo ficado, de acordo com o CC, em segundo lugar, com 24,19% dos votos, à frente de Ossufo Momade, da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que teve 6,62%.