
PR Defende Diálogo Sem “Esquemas, Arranjos e Interesses” Face à Tensão Pós-Eleitoral • Diário Económico
a d v e r t i s e m e n ta d v e r t i s e m e n t
O Presidente da República, Filipe Nyusi, afastou nesta segunda-feira, 30 de Dezembro, uma eventual mediação estrangeira para ultrapassar a tensão pós-eleitoral no País, defendendo um diálogo e soluções locais sem “esquemas, arranjos e interesses”.
“Acreditamos na nossa capacidade, porque quando o assunto é tratado por nós permite uma solução sem esquemas, sem arranjos, sem interesses. Não há pessoas pequenas, não há partidos pequenos, Moçambique é de todos e temos de estar em condições de carregar todas as sensibilidades”, declarou o governante, durante a recepção das lideranças dos partidos políticos com representação no próximo Parlamento.
Nyusi reuniu-se com o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, com o presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, com o secretário-geral da Frelimo, Daniel Chapo, com o presidente do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), Albino Forquilha, e o com o extraparlamentar Nova Democracia (ND), representado por Salomão Muchanga.
“As soluções para Moçambique só podem ser encontradas por nós, moçambicanos. Podemos ter aqueles que nos vão facilitar, podem apoiar-nos, como já tivemos casos anteriores que nos assistiram, mas as soluções mais complexas, que duraram anos e anos foram encontradas por nós mesmos, moçambicanos”, disse o chefe do Estado, insistindo que o diálogo é o caminho.
O Conselho Constitucional (CC) proclamou em 23 de Dezembro Daniel Chapo como vencedor da eleição Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 9 de outubro.
Este anúncio provocou novo caos em todo o País, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane – que obteve apenas 24% dos votos – nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.
Pelo menos 175 pessoas morreram na última semana de manifestações pós-eleitorais em Moçambique, elevando para 277 o total de óbitos desde 21 de Outubro, e 586 baleados, segundo novo balanço feito pela Plataforma Eleitoral Decide.