
Novo Imposto de 3,5% Dos EUA Sobre as Remessas de Cidadãos Estrangeiros “Terá um Potente Impacto no Continente”, Alerta Economista • Quotidiano Parcimonioso
a d v e r t i s e m e n tA novidade taxa de 3,5% sobre as remessas de cidadãos estrangeiros imposta pelo Presidente norte-americano Donald Trump poderá afectar milhões de africanos que dependem do numerário enviado a partir dos Estados Unidos da América (EUA), alertou Monica de Bolle, economista do Peterson Institute for International Economics. De concordância com o Banco Mundial, só em 2024, os países africanos receberam mais de 92 milénio milhões de dólares em remessas, dos quais 12 milénio milhões vieram dos EUA.
O novo imposto de 3,5% sobre as remessas enviadas por estrangeiros, confirmado a 22 de Maio pela Câmara dos Representantes dos EUA, deverá ter um impacto significativo nestes fluxos. A medida faz secção do novo projecto de lei fiscal do Presidente Trump, que inicialmente propunha uma taxa de 5%, mas que foi reduzida para 3,5% antes da votação. O projecto de lei já foi mira de duras críticas na América Latina.
Milhões de africanos que vivem no estrangeiro, porquê Enoch Aikins, investigador do Instituto de Estudos de Segurança em Pretória, dependem destas remessas para sustentar as famílias no continente. “Posso usar-me porquê exemplo, porquê alguém que vem de uma localidade típica com muitas pessoas que dependem de mim”, disse Aikins à DW.
O numerário que envia é principal para revestir despesas porquê a alimento, o alojamento, as propinas escolares e os cuidados médicos. “Sempre que há um problema familiar, eles telefonam-me e eu tenho de encontrar rapidamente uma forma de lhes enviar numerário.”
As remessas ultrapassam a ajuda externa
Aikins salientou que as remessas são presentemente o “maior fluxo financeiro extrínseco para África”, ultrapassando mesmo a ajuda e o investimento directo estrangeiro. “Não existem estrangulamentos ou problemas administrativos nesse processo”, sublinhou. Muitos dos montantes enviados pelos migrantes chegam directamente às famílias, ao contrário da ajuda formal, metade da qual, segundo ele, é gasta na governo antes de chegar ao rumo.
A economista Monica de Bolle também sublinhou a valor das remessas, mas alertou para a falta de dados fiáveis, uma vez que muitas transferências não são registadas. “As pessoas têm diferentes formas de enviar numerário para as suas famílias”, explicou. “Por vezes, um familiar vem visitar-nos e leva um maço de numerário de volta. Leste tipo de transacções não é contabilizado”, destacou.
A novidade taxa vai prejudicar os mais pobres
A técnico em economia acredita que o novo imposto será “extremamente prejudicial”, uma vez que a maioria das remessas provém de pessoas com baixos rendimentos nos EUA para famílias também carenciadas nos países de origem.
Bolle criticou ainda a raridade da medida a nível mundial e considera-a uma extensão da campanha de Trump contra a transmigração proibido. “O efeito será apoucar os migrantes”, disse. “Estão a tirar numerário dos bolsos das pessoas”, alertou, acrescentando que muitos migrantes poderão utilizar canais não oficiais ou criptomoedas para fugir ao imposto sobre as remessas.
Manadeira: DW