Governo Defende “Estratégias Mais Arrojadas” Para Independência Económica • Diário Económico

a d v e r t i s e m e n tO ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá, defendeu nesta quinta-feira, 27 de Fevereiro, que os choques internos, com o impacto das manifestações pós-eleitorais, e externos, com o corte do apoio dos Estados Unidos da América, são uma oportunidade para acelerar, com “estratégias arrojadas”, os esforços para a “independência económica”.

Segundo a Lusa, o governante, que falava nesta quinta-feira à margem de um evento em Maputo, no Sul do País, para celebrar o Dia Nacional do Japão, afirmou à comunicação social: “O mundo está em turbulência e aqui, no país, também temos choques internos. Se, por um lado, isso traz novos e múltiplos desafios para o Governo, por outro, abre também uma oportunidade para inovar (…) para aprender com as práticas internacionais como Moçambique pode acelerar o processo de implementação de políticas públicas (…). Queremos a independência económica (…) Temos de ser mais ousados neste esforço de independência económica.”

Face ao contexto que o País atravessa, para Valá, que assumiu em Janeiro passado o recém-criado Ministério da Planificação e Desenvolvimento, a prioridade é “reforçar o planeamento público”, com o objectivo de alocar os recursos que existem para sectores que realmente precisam.a d v e r t i s e m e n t

“Queremos utilizar os recursos de que dispomos de forma eficiente e eficaz. Pretendemos canalizar os meios públicos e os fundos que podem ser mobilizados para as prioridades da nossa governação (…) Queremos direccionar os recursos para as áreas que criam bem-estar para a população”, acrescentou.

A agricultura, a industrialização, saúde e os recursos minerais estão entre os principais sectores nos planos do novo Executivo, sublinhou Valá, apontando, como aspectos fundamentais, “disciplina e rigor” na execução das estratégias: “O desenvolvimento de Moçambique depende dos moçambicanos. A ajuda externa é fundamental, importante e bem-vinda, mas deve estar calibrada para aquilo que são os interesses do País.”

Suspensão do apoio norte-americano em Moçambique

A 7 de Fevereiro, o Governo admitiu que a suspensão da ajuda internacional norte-americana vai comprometer programas na saúde em Moçambique, com destaque para o HIV/SIDA, estando em “diálogo” com a embaixada dos EUA para “mitigar os impactos.”

O embaixador norte-americano em Moçambique, Peter Vrooman, afirmou, em 19 de Fevereiro, que o País vai continuar a implementar programas para “salvar vidas” de moçambicanos com HIV/SIDA, manifestando também interesse em tornar a cooperação “mais forte e segura. Alguns projectos estão na situação de pausa, mas temos isenções nalguns que salvam vidas, ou seja, os da PEPFAR (Plano de Emergência da Presidência norte-americana para o Alívio da SIDA), os antirretrovirais e também a logística pelo sector de saúde.”

Moçambique recebia, anualmente e no geral, 500 milhões de dólares em assistência do Governo norte-americano para reforço de vários sectores sociais, indicavam, em 2023, dados da embaixada dos EUA em Maputo.

O Governo dos EUA aprovou a continuidade do financiamento para tratamento do HIV/SIDA em Moçambique

Os receios em torno da suspensão do apoio norte-americano ocorrem numa altura em que, internamente, Moçambique vive, desde Outubro de 2024, um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de então, que deram vitória a Daniel Chapo. Actualmente, os protestos, agora em menor escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do País e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

Desde Outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo duas dezenas de menores, e cerca de 3500 foram feridas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais. O Governo confirmou, pelo menos, 80 óbitos, além da destruição de 1677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias, durante as manifestaçõesa d v e r t i s e m e n t

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