
FMI Destaca Recuperação da Economia Com PIB a Crescer Mais de 3% em 2024 • Diário Económico
A economia angolana registou uma recuperação em 2024, impulsionada pelo sector petrolífero, levando a um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,8%. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), este desempenho superou as previsões anteriores e beneficiou também o sector não petrolífero, reflectindo uma dinamização mais ampla da economia.
O FMI destacou que a estabilização macroeconómica e o superávit primário sustentado ajudaram a reduzir a relação entre a dívida pública e o PIB. No entanto, a consolidação fiscal perdeu ritmo, enquanto os amortecedores criados entre 2018-21 estão a ser corroídos pelo aumento das despesas de capital e pelo ritmo lento da reforma dos subsídios aos combustíveis.
A inflação permaneceu elevada, impulsionada pela desvalorização da moeda e pelo aumento dos preços dos alimentos. Em resposta, o banco central angolano aumentou a taxa de política monetária em 150 pontos base e ajustou a gestão de liquidez, aproximando a taxa interbancária da taxa de referência.a d v e r t i s e m e n t
A moeda nacional desvalorizou mais de 10% face ao dólar americano, reflexo das expectativas adversas do mercado e do elevado serviço da dívida externa. Apesar disso, a gestão activa da dívida ajudou a mitigar pressões de liquidez, embora os riscos económicos permaneçam elevados.
Para 2025, o FMI prevê um crescimento de 3% e uma desaceleração da inflação. A manutenção de blocos petrolíferos e os incentivos à produção podem sustentar o sector, mas a elevada dívida continua a limitar os gastos em desenvolvimento. Além disso, o início antecipado do ciclo político para as eleições de 2027 pode atrasar reformas económicas necessárias.
Os directores do FMI alertaram para a importância de acelerar reformas estruturais, garantindo estabilidade macroeconómica e crescimento sustentável de Angola. “Retomar o caminho da consolidação fiscal é essencial para fortalecer as reservas e criar espaço para as necessidades de desenvolvimento”, sublinharam.
A política monetária deve permanecer restritiva para assegurar uma desinflação duradoura. O FMI também recomendou uma gestão rigorosa da dívida e das reservas internacionais para evitar novas pressões inflacionárias e garantir estabilidade financeira.
Por fim, o organismo internacional enfatizou a necessidade de reforçar o sector financeiro e resolver vulnerabilidades, como o elevado nível de créditos malparados. “Uma estrutura robusta de estabilidade financeira é essencial”, concluiu a instituição.
Fonte: Jornal de Angola