“Em Janeiro Deixo a Presidência”, Garante Nyusi • Diário Económico

a d v e r t i s e m e n ta d v e r t i s e m e n t
O Presidente da República, Filipe Nyusi, dirigiu-se ao País esta quinta-feira, 19 de Dezembro de 2024, a partir do Gabinete da Presidência da República, para proferir uma comunicação por ocasião do Dia da Família, do Natal e do Fim do Ano.

Na ocasião, o Chefe-de-Estado deixou claro que não pretende se manter no poder e que irá deixar a presidência. “Nunca foi minha intenção manter-me no poder através do estado de sítio, como se tem dito por aí. Os moçambicanos podem sentir-se seguros de que isto nunca acontecerá”, afiançou, para depois confirmar que por sua iniciativa entrou em contacto com Venâncio Mondlane. “A conversa com o candidato presidencial foi serena e levou muito tempo mas não vou avançar mais detalhes. Irei continuar com este tipo de diálogo para manter a paz, pois jurei respeitar a constituição”, continuou.

Com estas declarações, Filipe Nyusi fez cair por terra todas os rumores que já vêm de há muito sobre a sua alegada pretensão de se manter no poder para lá do final do segundo mandato. “Não tenho intenção de me manter no poder. Em 2025 irei deixar de ser presidente”, deixou claro.

Tensão pós-eleitoral

Sobre a actual situação sociopolítica que se vive no País, Filipe Nyusi reiterou que o diálogo “é o melhor caminho” para se chegar ao consenso e promover a paz. “Nas últimas semanas, temos mantido vários encontros de diálogo social com diferentes segmentos da nossa sociedade e todos são unânimes em condenar e repudiar a violência pós-eleitoral. Temos estado também a procurar diferentes intervenientes apelando à tolerância e à convivência harmoniosa entre os moçambicanos”, disse o chefe de Estado.

“Com os encontros que temos mantido, sentimos o clamor por uma sociedade mais serena, pacífica e dialogante, que tem oportunidade para todos e um sistema eleitoral menos susceptível de gerar tensões. Por isso, temos vindo a apelar a todos os concorrentes, intervenientes, apoiantes e à sociedade em geral a manter a calma e a aguardar pela validação e propagação dos resultados das recentes eleições pelos órgãos competentes, mas sabendo que se trata de uma disputa na qual os vencedores não serão todos”, vincou, sublinhando que a violência, o ódio e a destruição “nunca darão emprego, oportunidades, riqueza, progresso ou bem-estar a nenhum moçambicano”.

Neste contexto, o governante explicou que “é nossa expectativa que, após a validação e a proclamação dos resultados eleitorais, os partidos concorrentes, mesmo aqueles que não tenham alcançado assento parlamentar, assim como os candidatos presidenciais, irão abrir os seus corações a um diálogo construtivo e inclusivo, em busca de soluções aos desafios que os cidadãos nacionais enfrentam na presente conjuntura”.

O Presidente da República reconheceu que os moçambicanos anseiam por soluções que satisfaçam e  resolvam as suas preocupações genuínas com vista a combater a pobreza no País. “É isso que esperam”, disse.

Ciclones, Renamo, pandemia e retirada do apoio ao Orçamento “condicionaram bom desempenho” económico

Depois, aproveitou para enumerar alguns dos factos ocorridos durante os seus dois mandatos e que acabaram por “comprometer” o decorrer da sua governação. “Assumimos o poder com eventos climáticos extremos que se repetiram a cada ano de governação, o que comprometeu a nossa agenda de governação. Também vivemos uma escalada de violência protagonizada pela Junta Militar da Renamo. Para agravar a situação, tivemos a retirada do apoio ao Orçamento do Estado por parte de parceiros, tornando difícil a nossa situação”, disse. “Para além da pandemia, também tivemos os aumentos dos preços do petróleo e os conflitos na Europa e médio Oriente”, acrescentou, destacando que estes eventos condicionaram o bom desempenho da economia ao longo da sua governação.

Incerteza até 23 de Dezembro

Moçambique vive desde 21 de Outubro sucessivas paralisações e manifestações de contestação dos resultados das eleições gerais de 09 de outubro, protestos que têm culminado com confrontos entre a Polícia da República de Moçambique (PRM) e os manifestantes, liderados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Os resultados das eleições de 09 de outubro anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) deram a vitória, com 70,67% dos votos, a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder, e colocaram Venâncio Mondlane em segundo lugar, com 20,32%, mas este não reconhece os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Pelo menos 130 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique desde 21 de outubro, segundo balanço avançado, nesta semana, pela Plataforma Eleitoral Decide, que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, que aponta ainda 385 pessoas baleadas.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane disse, na passada segunda-feira, 16 de Dezembro, que a proclamação dos resultados das eleições gerais pelo CC, previsivelmente na próxima segunda-feira, vai determinar se Moçambique “avança para a paz ou para o caos”.

“Se tivermos verdade eleitoral vamos para a paz, se tivermos mentira eleitoral vamos [a proclamação dos resultados] levar o país a cair para o caos”, avisou Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições e que têm de ser validados pelo CC até à próxima segunda-feira, 20 dias antes do final do atual mandato do parlamento.

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