APÓS SAQUES: Empresas preocupadas com circulação de documentos falsos

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VÁRIAS empresas moçambicanas estão preocupadas com a circulação de documentos falsos após os saques de 24 e 25 de Dezembro, no contexto das manifestações pós-eleitorais, denunciando o extravio da documentação e carimbos, apelando à sua verificação.

Estas empresas têm vindo a publicar avisos a solicitar aos clientes e outros a confirmação dos documentos que possam circular nos próximos dias, relatando que nos saques e vandalismo que se seguiram à proclamação dos resultados das eleições gerais de 09 de Outubro foram levados “documentos confidenciais”, contactos, papel timbrado e carimbos.

“Alertamos que, nos próximos dias, documentos falsificados poderão circular em nosso nome”, lê-se num desses avisos, publicado há dias pela empresa Maputo Grain Terminal, vandalizada em 25 de Dezembro, semelhante ao da MEREC Industries, também da mesma data, saqueada nas unidades MEREC Machava e MEREC Socimol.

“Para garantir a autenticidade dos mesmos, pedimos que todos os documentos que forem recebidos sejam validados previamente”, refere um outro aviso, publicado pela empresa Espiga D’Ouro.

A Confederação das Associações Económicas – CTA estimou em 30 de Dezembro à Lusa que mais de 500 empresas foram vandalizadas durante as manifestações pós-eleitorais em Moçambique e pelo menos 12 mil pessoas estão agora sem emprego.

“Estas são empresas que foram vandalizadas e estão localizadas, sobretudo, na província de Maputo, onde está a maior parte do tecido industrial do país”, disse à Lusa Onório Manuel, vice-presidente do pelouro da indústria da Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique.

Segundo o representante, actualmente mais de 12 mil moçambicanos estão sem trabalho por conta do encerramento destas empresas e, caso a situação prevaleça, mais pessoas podem perder os seus empregos.

 “Estamos a falar das maiores indústrias alimentares do país (…) que já estão com equipamentos danificados e estão com as suas infra-estruturas totalmente destruídas (…) Vamos ter escassez de produtos e, provavelmente, registar uma subida galopante de preços”, explicou Onório Manuel, avançando ainda que o número de empresários que pondera encerrar as suas portas devido à insegurança está a subir.

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