1800 Unidades Sanitárias Foram Afectadas Nos Protestos • Diário Económico

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A plataforma da Sociedade Civil para Saúde (Plasoc-M) avançou esta quinta-feira, 19 de Dezembro, que cerca de 1800 unidades sanitárias foram afectadas pelas violentas manifestações de contestação aos resultados eleitorais em Moçambique nos últimos dois meses, informou a agência Lusa.

“Estas manifestações têm impacto severo nos vários sectores de provisão de serviços, e o da saúde está entre os mais afectados. Este fenómeno tem repercussões em cerca de 1800 unidades sanitárias do País”, referiu Gilda Jossias, presidente do conselho de direcção da Plasoc-M.

A representante falava em Maputo, durante uma cerimónia das Organizações da Sociedade Civil sobre o impacto das manifestações no sector da saúde, tendo acrescentado que algumas unidades sanitárias foram forçadas a encerrar o atendimento “por défice de pessoal médico ou por receio de vandalizações”, enquanto outras funcionaram com mais pressão “para atender as vítimas deste conflito pós-eleitoral”.

“Se, por um lado, a provisão dos serviços públicos, como o da saúde, da educação, dos transportes, da segurança, entre outros, já era deficiente, por outro, a paralisação de serviços e vandalização de bens veio agravar a situação, gerando incertezas na provisão e acesso a estes serviços”, salientou.

Gilda Jossias explicou que os hospitais se ressentem da falta de profissionais de saúde devido à greve desta classe, “o que contribui para que os pacientes fiquem muito tempo à espera de consultas e de medicamentos.”

A Plasoc-M avançou que 21 494 pessoas foram afectadas, entre as quais constam doentes crónicos e pessoas em tratamentos anti-retroviral. “Neste contexto, é expectativa da Sociedade Civil que o Ministério da Saúde adopte medidas alternativas para assegurar a provisão de serviços de saúde, particularmente aos pacientes com doenças crónicas”, reiterou a responsável.

Médicos em greve

Graça Jossias destacou como facto “alarmante” o lançamento de gás lacrimogéneo em recintos hospitalares, fazendo menção ainda ao bloqueio das vias durante as manifestações.

“Mais recentemente, no dia 10 de Dezembro, 21 pacientes com alta hospitalar confirmada viram-se obrigados a permanecer no hospital, devido aos bloqueios das vias na cidade e província de Maputo, no contexto das manifestações”, avançou.

Em declarações à imprensa, a presidente da Plasoc-M explicou que as mulheres e crianças são as mais afectadas pela situação, que se verifica um pouco por todo o País, acrescentado que, com a passagem do ciclone Chido no Norte, a situação vai agravar-se.

“Nesta perspectiva, a Plasoc-M apela ao Governo para que envide esforços e crie condições para pôr fim à crise que se instalou no País, e com impacto directo no sector de saúde, assumindo que a maioria da população ainda tem como sua única referência o serviço público para aceder a estes serviços”, concluiu.

Pelo menos 130 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique desde o dia 21 de Outubro, segundo um balanço avançado, nesta semana, pela Plataforma Eleitoral Decide, que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, a qual refere ainda 385 pessoas baleadas.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane avisou, na segunda-feira (16), que a proclamação dos resultados das eleições gerais pelo Conselho Constitucional, previsivelmente no dia 23 de Dezembro, vai determinar se Moçambique “avança para a paz ou para o caos.”

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