De acordo com documentos de suporte ao Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) 2026, em análise na Assembleia da República, o plano do Governo aponta para uma produção de 9,3 milhões de toneladas de carvão coque, subproduto utilizado na produção de aço, e 13,1 milhões de toneladas de carvão térmico, utilizado na produção de energia, em ambos os casos um crescimento idêntico de 15%. “Estima-se que a produção de carvão mineral alcance uma taxa de crescimento médio na ordem de 15%, com a melhoria das plantas de processamento nas empresas carboníferas em Tete, não obstante, a tendência de uma ligeira queda no preço do carvão no mercado internacional, como resultado do aumento da comercialização de energia limpa”, reconhece o Governo, no documento. No mesmo plano é recordada a previsão de produção de 19 milhões de toneladas de carvão em 2025, bem como os 16,3 milhões de toneladas produzidas em 2024, 14,9 milhões de toneladas em 2023 e 14,8 milhões de toneladas em 2022. A empresa indiana Vulcan explora em Moatize, província de Tete, uma área de 250 quilómetros quadrados de extração de carvão. Só nos últimos três anos, a Vulcan referiu anteriormente ter produzido mais de 35 milhões toneladas de carvão nas suas minas em Moatize, operação que comprou, em abril de 2022, à brasileira Vale por mais de 270 milhões de dólares (233 milhões de euros). A Vale esteve presente em Moçambique por 15 anos, tendo explorado a mina de Moatize e 912 quilómetros de ferrovia no Corredor Logístico de Nacala para o transporte de carvão, infraestrutura também vendida à Vulcan. Historicamente, o carvão tem sido o principal produto de exportação de Moçambique, mas foi destronado dessa liderança no primeiro trimestre, com o país a vender 567,7 milhões de dólares (492,2 milhões de euros) em gás natural, um aumento homólogo de 28%, acima do encaixe com o carvão. “O incremento nas receitas do gás natural é explicado pelo aumento do volume exportado na área 4 da bacia do Rovuma, conjugado com a subida do preço médio no mercado internacional em 12,8%”, refere o relatório da balança de pagamentos do primeiro trimestre de 2025, do Banco de Moçambique, divulgado em setembro. As vendas de carvão mineral caíram no primeiro trimestre 35%, face ao mesmo período de 2024, para 300,8 milhões de dólares (260,8 milhões de euros), devido, nomeadamente, “à paralisação de algumas minas bem como à rutura na linha férrea, resultantes das intempéries que afetou o escoamento da produção”, no centro do país. As manifestações pós-eleitorais, que se prolongaram de outubro do ano passado até ao primeiro trimestre de 2025, “nomeadamente os bloqueios das vias que condicionaram a movimentação” dos trabalhadores, também afetaram a produção, reconhece o documento, bem como “a queda do preço médio” do carvão no mercado internacional, em 6%. O alumínio também ultrapassou o carvão neste período no valor das exportações por Moçambique, chegando a 380,7 milhões de dólares (330 milhões de euros), um aumento homólogo de 88,3%. Leia Também: Seis distritos de Moçambique podem ficar isolados durante época chuvosa

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