advertisement O secretário de Estado da Indústria e Comércio de Moçambique, António Grispos, afirmou que a verdadeira riqueza africana “não está apenas nos seus recursos naturais, mas também na capacidade de os transformar em desenvolvimento real e partilhado”. O governante falava durante a 5.ª edição do Fórum de Negócios e Economia Turquia-África (TABEF 2025), realizada entre os dias 16 e 17 de Outubro, um encontro internacional que reuniu líderes e especialistas para debater o futuro económico e energético do continente. O responsável defendeu que as parcerias estratégicas, a inclusão social e a industrialização são “os caminhos para um novo modelo de crescimento africano”, sublinhando que o desenvolvimento sustentável deve traduzir-se em benefícios concretos para as populações. Para o dirigente, o maior desafio de África não é a falta de recursos, mas sim a capacidade de os transformar em valor económico e progresso social. “Temos 60% das terras aráveis ​​do mundo, reservas significativas de minerais, gás e energia renovável. Por isso, não se questiona se somos ricos. A questão é se somos capazes de transformar essa riqueza em oportunidades concretas para os nossos povos”, afirmou António Grispos, à margem de um painel sobre Energia e Mineração para um Crescimento Sustentável de África. De acordo com o secretário de Estado da Indústria e Comércio, o continente carrega “o peso de décadas de exploração baseada na exportação de matéria-prima bruta e na importação de produtos industrializados”. Para o governante, “é um ciclo que precisamos romper”, através da valorização local dos recursos e do fortalecimento das cadeias de valor regionais, apoiadas pela inovação tecnológica. O dirigente alertou ainda que mais de 600 milhões de africanos continuam sem acesso à electricidade. “Há jovens que não podem estudar à noite, agricultores que perdem as suas colheitas e pequenas empresas que não conseguem crescer. Isso não é apenas um número. É um grito de urgência”, frisou, chamando a atenção para o impacto social da carência energética no continente. Para enfrentar este desafio, o secretário de Estado propôs “um modelo de transição energética equilibrado”, combinando o uso do gás natural como fonte transitória com o investimento em energias renováveis. “Em Moçambique, estamos a conectar comunidades rurais às redes modernas de energia. Queremos um sistema energético inclusivo, sustentável e capaz de impulsionar a transformação industrial”, destacou. “O futuro está na transformação local, na inovação e na criação de empregos em solo africano”António Grispos O responsável salientou que o sector mineiro representa, ao mesmo tempo, uma das maiores potencialidades e um dos maiores riscos de desperdício do continente. Recordou que África possui mais de 30% das reservas globais de minerais essenciais para a transição energética, como o lítio, o grafite e o cobalto, o que exige “transferência de tecnologia, governação responsável e parcerias verdadeiras”. O governante apelou ainda a parcerias baseadas na equidade e não na exploração. “Queremos investidores que fiquem, que construam connosco, que criem indústrias e centros de pesquisa. Que façam parte do crescimento africano e não apenas da extracção”, afirmou, reforçando o compromisso de Moçambique com um modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo. Por fim, destacou o papel da Zona de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA) como a principal alavanca para a transformação económica do continente. “É neste contexto que devemos desenvolver cadeias de valor energéticas e mineiras integradas e competitivas”, concluiu o secretário de Estado, sublinhando o potencial de um mercado africano integrado, com 1,4 mil milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto combinado superior a 3 triliões de dólares. Fonte: Agência de Informação de Moçambique (AIM)advertisement

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