O plumitivo Mia Couto defendeu a urgência de o País encontrar um padrão político mais participativo e próximo das pessoas, assinalando que levante é um repto que ultrapassa as fronteiras nacionais, informou esta quarta-feira, 25 de Junho, a rádio TSF.

Ao fazer um balanço dos 50 anos de independência de Moçambique, o responsável considera que o País ainda não conseguiu solidificar uma governação verdadeiramente centrada nas necessidades da população. Para Mia Couto, secção do problema reside na importação de modelos de Estado oriundos de países “política e culturalmente distantes”, o que levou a uma forma de “autocolonização”. “Queríamos descolonizar-nos, mas colonizámo-nos a nós próprios”, afirmou.

Vencedor do Prémio Camões em 2013, Mia Couto sublinhou que a crise de representação política não é exclusiva de Moçambique. “Quem são as pessoas que, por exemplo, em Portugal ou em Espanha, se revêem nesta maneira de fazer política, em que há uma democracia parlamentar onde se discutem questões muitas vezes distantes das preocupações reais das pessoas?”, questionou.

Sobre o porvir do País, o plumitivo expressou o libido de ver renascer um espírito de união e esperança semelhante ao que viveu em 1975, aquando da independência. “Gostava que houvesse o mesmo clima de utopia, em que as pessoas se juntavam num estádio para festejar a vida, independentemente de convicções políticas, étnicas ou religiosas”, disse.

As declarações de Mia Couto surgem no contexto das celebrações do cinquentenário da independência do País, que contam com a presença do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, a invitação do homólogo moçambicano, Daniel Chapo.a d v e r t i s e m e n t

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