Está em funcionamento a partir das 7h00 desta sexta-feira uma alternativa ao Elevador da Glória, que está suspenso desde o acidente que aconteceu na semana passada. Trata-se da carreira 51E, de acordo com a Carris. A carreira ’51E Glória-Circulação Largo do Carmo’ tem início nos Restauradores e passa pelo Rossio, Rua do Ouro, Rua da Conceição, Rua Nova do Almada, Rua Garrett, Calçada do Sacramento, Largo do Carmo, Largo da Trindade, Rua da Misericórdia, Rua das Taipas, Praça da Alegria e Avenida da Liberdade, regressando depois aos Restauradores. O percurso será assegurado por mini autocarros elétricos, com circulação diária entre as 7h00 e as 21h30. “Esta carreira irá funcionar temporariamente, continuando a garantir o acesso e a mobilidade entre os Restauradores e o Bairro Alto/ Largo do Carmo”, explicou a transportadora, em comunicado. Tendo em conta que o elevador da Bica também se encontra encerrado, a Carris recomenda a utilização da carreira 22B Cais Sodré – circulação Príncipe Real, que liga a Rua de São Paulo ao Largo do Calhariz e funciona todos os dias entre as 07h00 e as 20h30. O elevador da Glória, sob gestão da Carris, descarrilou no dia 3 de setembro, num acidente que provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades. O que poderá estar na origem do acidente no Elevador da Glória? Há desenvolvimentos sobre o acidente que aconteceu na semana passada. A mudança do tipo de cabo utilizado no suporte do Elevador da Glória pode estar na origem da tragédia que fez 16 mortos e mais de 20 feridos. A notícia é avançada esta sexta-feira pelo semanário Expresso, com base em declarações de especialistas do Instituto Superior Técnico (IST) e no relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF). Em causa está uma alteração feita há seis anos, altura em que se substituiu um cabo totalmente em aço para um formado por seis cordões de aço com “alma em fibra”. Conforme explicam os especialistas, o núcleo do cabo passou a ser constituído por uma “corda” que se “deformou” de forma irreversível quando foi apertada e que continuou a deformar-se ao longo dos meses, perdendo volume e levando o cabo a soltar-se. A questão é que, apesar desta alteração, o sistema de amarração manteve-se e, com o tempo, o cabo terá perdido resistência ao aperto feito no trambolho. É que “há dilatações, vibrações e a compatibilidade entre ambos os materiais é diferente do que se fosse aço com aço”, explica ao semanário Pedro Amaral, engenheiro de materiais. Há seis anos que o cabo que suporta o ascensor deixou de ser 100% em aço – passou a ser constituído por uma “corda” com núcleo em fibra. Contudo, não foi considerada uma mudança no tipo de fixação, o que poderá ter contribuído para o acidente. Tomásia Sousa | 07:50 – 12/09/2025 Leia Também: Carris lança na sexta-feira carreira alternativa ao Elevador da Glória